Collor:
Veja é achacadora!
Ah, se o PT tivesse senadores que nao fossem delcidios …
O
Conversa Afiada sugere que o amigo navegante releia esse
importante editorial do Mino Carta, em que ele analisa a “midia técnica” do Governo Dilma e sua politica de engorda da Veja.
Depois, leia ou veja o discurso que o ex-Presidente e senador Collor de Mello fez no Senado:
Senado Federal
Secretaria-Geral da Mesa
Secretaria de Registro e Redação Parlamentar
A SRª PRESIDENTE (Ana Amélia. Bloco Apoio Governo/PP – RS) – Com a palavra, o Senador Fernando Collor.
O SR. FERNANDO COLLOR (Bloco União e Força/PTB – AL) –
Srª Presidente, eu gostaria, por gentileza, de me inscrever para uma
comunicação inadiável na sessão que se inicia agora, por favor.
A SRª PRESIDENTE (Ana Amélia. Bloco Apoio Governo/PP – RS) – V. Exª pode ocupar a tribuna.
Uma vez que o Senador Paim é o primeiro inscrito, eu
comunicarei ao Senador que, assim que chegar, nós convidamos o Senador
Paim, mas V. Exª pode fazer uso da palavra.
O SR. FERNANDO COLLOR (Bloco União e Força/PTB – AL) – Muito obrigado a V. Exª.
O SR. FERNANDO COLLOR (Bloco União e Força/PTB – AL.
Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) – Exma Srª
Senadora Ana Amélia, que preside esta sessão, Exmas Srªs Senadoras,
Exmos Srs. Senadores, a revista Veja continua palmilhando a sua sanha
criminosa. Seu último engodo jornalístico vai além do limite das
suposições aceitáveis e tenta ludibriar o bom senso do eventual leitor
com o mínimo de discernimento entre o aceitável e o imponderável, entre o
real e a fantasia, entre o fato jornalístico e a troça funcional ou
ficcional também.
Borrada pelos embusteiros de sempre, a edição deste
final de semana repete os mesmos absurdos, as mesmas mentiras em relação
a mim, única e exclusivamente para atingir aquele que, eles sabem, não
se curva diante dos canhestros procedimentos de um grupelho editorial
inspirado em um dos maiores, senão o maior, um dos maiores, senão o
maior, achacadores que a República brasileira já conheceu, o Sr. Roberto
Civita, dito e conhecido por diversas autoridades que cruzaram, por
infelicidade, o seu caminho.
dito e conhecido por diversas autoridades que cruzaram, por infelicidade, o seu caminho.
A revista se utilizou de matéria requentada somente para
me destratar, somente, só. Não há absolutamente nenhum subsídio na
reportagem que a sustente a ofensa de – aspas – “achacador” – fecho
aspas.
Esse folhetim semanal, Sr. Presidente, Srªs e Srs.
Senadores, que se sente credor da verdade alheia, volta a falar em
suposto – aspas – “meu grupo” – fecho aspas –, referindo se a mim. Mas
aqui eu pergunto: grupo de um, grupo de dois, a que grupos se referem
afinal?
Falam, ainda, vejam bem – aspas –, “ajuda para fraudar
uma licitação” – fecho aspas; e, pior, por R$20 milhões. Pergunto: desde
quando, empreiteiros profissionais precisam de – aspas – “ajuda” –
fecho aspas – política para fraudar licitação? E mais, quem pagaria, em
sã consciência, R$20 milhões por uma – aspas – “ajuda” – fecho aspas –,
que nem ao menos está ao alcance de um agente político.
Mais absurda ainda é a alegação de que o empreiteiro
aceitou condições de pagamentos milionários, tão somente por saber que
esse suposto agente político estaria por trás de um pretenso
intermediário, que sequer faz parte dos quadros da Petrobras. E, de
novo, tudo baseado apenas em estranhas, organizadas e codificadas
planilhas, que teriam sido apresentadas, dizem, pelo próprio delator,
mas na qual, em nenhum momento, aparece o meu nome. Ou seja, uma
sequência armada de forma indireta, atravessada numa lógica que não
resiste à mais elementar análise da realidade minimamente possível e
razoável no cotidiano empresarial e político.
Ademais, por ser um registro vazio, desprovido de
elementos jornalísticos, a tentativa de Veja de me achacar fere o Código
de Ética da ANJ; teve, assim, cometido uma infração em relação ao
Código de Ética da Associação Nacional dos Jornais em vários de seus
dispositivos, incluindo o de número três, em relação ao qual os meios
impressos brasileiros se comprometem – aspas – “a apurar e publicar a
verdade dos fatos de interesse público, não admitindo que sobre eles
prevaleçam quaisquer interesses” – fecho aspas.
O rabiscador encarregado pelo panfleto de promover o
achaque contra mim também feriu dispositivos do Código de Ética dos
jornalistas brasileiros chancelados pela Federação Nacional dos
Jornalistas (Fenaj).
Assim, contra tentativas criminosas dessa natureza,
resta a interpelação judicial – mais uma – pela busca da justiça. Mas
essa tática deste folhetim, Veja, já está batida, esse procedimento
rasteiro já está de todo conhecido, cuja endêmica e sistemática
perseguição remonta aos tempos do meu exercício na Presidência, por
motivações que precisam – nunca é tarde para isso, afinal – vir ao
conhecimento público, e, assim, mostrar que são os verdadeiros
achacadores.
Não por acaso, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a
revista Veja se utiliza deste termo: achacadores. Seus baboteiros se
utilizam do exemplo maior do achacador nato, o gângster, Roberto Civita,
e seus rebentos. E, aqui, vale lembrar que achacar significa também
intimidar alguém. Pois bem, vamos aos fatos verdadeiros e iniciais do
porquê dessa psicótica perseguição. Em março de 1990, quando assumi a
Presidência da República, recebi o orçamento anual já aprovado pelo
Governo anterior. A situação e a realidade do Brasil, com as medidas por
mim tomadas, estavam sem conexão com a peça orçamentária em vigor. Era
preciso, portanto, fazer cortes, motivo pelo qual efetuei diversos
contingenciamentos, entre eles, as verbas previstas do Ministério da
Educação para a empresa Abril Cultural, para edição de fascículos ditos
educacionais que eram distribuídos às escolas públicas.
Por isso, fiz questão de ligar pessoalmente para Roberto
Civita e explicar os motivos dos cortes, já que o País, àquela altura,
tinha outras prioridades, e o valor daqueles recursos previstos seriam
absolutamente necessários às despesas que teríamos naquele ano com o
programa de merenda escolar, com o programa de dar merenda às crianças
que frequentam as escolas brasileiras,
Até porque, Srª Presidente, o que verifiquei à época e
fiz questão de dizer a ele é que parte dessas verbas do Ministério da
Educação recebidas pela Abril Cultural estava sendo utilizada com
desvios de finalidade, como, por exemplo, o uso do dinheiro público na
subcultura da publicação de gibis, aquelas revistinhas em quadrinhos,
que nada tinham a ver com o contrato entre o Governo e a editora. A
reação de Civita foi de resmungo e admoestação, sem demonstrar nenhuma
compreensão ou apoio às medidas de que o Brasil precisava.
Foi nesse exato momento que se verificou o modus operandi de seu grupo editorial: o achaque e a ameaça.
A ele respondi apenas – e retiro daqui alguns adjetivos que adicionei – “faça como quiser”.
Essa, Srª Presidenta, Srªs e Srs. Senadores, é apenas
uma de algumas histórias de tentativas de achaque que o Governo Federal,
no meu período, recebeu desse gângster chamado Roberto Civita.
Oportunamente, poderei voltar e relatar outros episódios extremamente
pitorescos.
Mas o fato é que a sequência dos acontecimentos depois
daquele telefonema todos conhecem; contudo, apenas pela ótica de uma
versão, a versão de Veja.
Em suma, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, o vírus
daquele gângster Roberto Civita até hoje contamina seu rebanho e as
páginas pútridas desse folhetim. Por isso, continuam seus borradores de
letras agindo não só como chascos, mas principalmente à base de achaques
delinquentes, de chantagens despudoradas e de ameaças veladas.
A todos os covardes achacadores da Veja, eu digo: sorvam
suas fétidas palavras, canalhas! Sorvam suas fétidas palavras,
canalhas! A mim elas não atingirão.
Era o que tinha a dizer, por enquanto, Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores.
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