Após publicar desenho sobre linchamento, chargista é atacado nas redes sociais
Escrito por: Redação
Fonte: Portal Imprensa
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Chargista foi atacado por imagem que criticava linchamento
O chargista Rafael Limaverde, do jornal O Povo, foi atacado nas redes sociais por uma charge
publicada na última quinta-feira (9/7). A ilustração mostra um diálogo
entre duas pessoas que observavam o linchamento do suspeito de um
crime.
No diálogo, um dos homens diz: “Eita!!! Um SUSPEITO apanhando!” e o
outro completa: “... e um bando de ASSASSINOS batendo”. Depois da
repercussão do desenho nas redes sociais, o chargista virou alvo de
críticas. "O desejo de vingança e os desmandos de uma Polícia e justiça
inoperantes tem provocado um sentimento perigoso em nossa sociedade,
onde matar passa a ser legítimo", disse ele ao O Povo.
A charge se refere ao linchamento ocorrido no último dia 6 de julho, em
São Luís (MA), que deixou morto o homem identificado como Cleidenilson
Pereira da Silva, de 29 anos. Ele não tinha passagem pela Polícia e foi
agredido junto com um adolescente de 17 anos, após suposta tentativa de
assalto em um bar.
"Não quer ser linchado, não vá roubar, matar, estuprar", escreveu um
dos internautas contrários à charge. Outros reforçaram a defesa ao
linchamento, com frases como "tem que matar mesmo" e "eu bateria do
mesmo jeito".
O sociólogo Geovani Jacó, coordenador do Laboratório de Estudos da
Conflitualidade e da Violência (Covio) da Universidade Estadual do Ceará
(Uece), avalia que os ataques em redes sociais são um reflexo da
dinâmica social. "Na mesma proporção que o debate dos direitos sociais e
questões de gênero avança, aumenta a exposição de reações contrárias,
refletindo o conservadorismo de parte da sociedade”, disse.
O professor citou ainda a questão dos crimes cibernéticos, que aos
poucos, tentam coibir e punir os responsáveis por comentários racistas e
preconceituosos. "No caso da jornalista Maria Júlia Coutinho, há uma
investigação em andamento, porque o racismo já é crime. É preciso
avaliar quando a opinião extrapola e se transforma em uma agressão, é
uma linha tênue", disse.
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