terça-feira, 30 de setembro de 2014

DESMENTINDO OS MORTOS VIVOS.

Economia brasileira: Bird, OCDE e Unctad desmentem mortos-vivos neoliberais
Por Osvaldo Bertolino
 

O Banco Mundial (Bird) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) — órgão das Nações Unidas para o comércio e desenvolvimento — acabam de dizer que o Brasil e a China são os motores do emprego no mundo. O relatório anual da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) diz que apenas o fortalecimento da demanda agregada pelo crescimento real dos salários e pela distribuição de renda mais igualitária poderão romper o longo período de baixo crescimento. Ou seja: a candidata à reeleição Dilma Rousseff está muito mais sintonizada com o mundo das coisas reais do que seus opositores, que sonham com a ressurreição de práticas neoliberais que castigaram impiedosamente o país.
Nunca antes na história deste país se viu um debate eleitoral com a economia tão presente. E a inesgotável capacidade da direita brasileira, com o inestimável auxílio de alguns setores de "esquerda", de se engajar em discussões cujos resultados se enquadram na clássica categoria rodriguiana do óbvio ululante tem pautado o assunto recorrentemente. Por trás do debate aparentemente técnico, em que "especialistas" são chamados a contribuir com suas "análises objetivas", contudo, há um cenário político complicado para a oposição. A prova incontestável disso é que a mídia e seus produtos supostamente informativos — editoriais, programas de entrevistas, análises de articulistas, notícias e pesquisas de opinião — estão caprichando nos chutes a torto e a direito.
Na verdade, não é de hoje que essa verdadeira indústria do "achismo" — na qual se chega ao ponto de falar de economia ao mesmo tempo em que se explica a noção de juros inscrita no metabolismo dos seres vivos, como ocorreu em um programa Roda Viva, da TV Cultura, com o economista Eduardo Gianetti da Fonseca, guru econômico da candidata Marina Silva — dos megacartéis de "opinião pública" que deitam falação em nome da "sociedade" sem ter recebido nenhuma procuração explícita de algum conhecido seu ou meu para representá-lo vem engolindo os dados da economia brasileira de forma atravessada. E a pessoa que presencia regularmente insultos, ataques pessoais, intrigas, falsidades, invenções, erros de fato e mentiras, puras e simples, não tem como se defender.
Realidade do Nordeste
A alavanca desse procedimento é a superestimação das mazelas do país com a intenção deliberada de criar o pessimismo e o derrotismo. Cultiva-se então o que o cientista social Albert Hirschman, alemão radicado nos Estados Unidos, batizou de fracassomania. Ele criou a expressão depois de ter conhecido de perto a situação de países como Itália, Colômbia e Brasil. Ao comentar o assunto para numa revista econômica italiana em 1994, Hirschman contou como desenvolveu o conceito. "Na Colômbia, a primeira reforma agrária promovida nos anos 1930 pelo governo de Alfonso López sempre foi interpretada como um fracasso total quando, pelo contrário, os dados que eu recolhia indicavam com clareza que nas zonas rurais se haviam produzido mudanças em sentido positivo", disse.
No Brasil ele se debruçou sobre a realidade do Nordeste, uma área onde se dizia que as obras públicas feitas para combater a seca apenas teriam produzido corrupção e uma grande dilapidação de dinheiro. "Parecia que tudo havia fracassado e que de todos os esforços não havia ficado nada. No entanto, olhando melhor, via-se desenvolvimento, algo progredia", afirmou. Hirschman conta que, quando foi escrever sobre o assunto, ressoavam nos seus ouvidos frases recorrentes, tais como "povera Itália" ("pobre Itália"), que ele se cansou de ouvir no tempo em que viveu ali.
A fracassomania representa, diz ele, um desconhecimento da bagagem de conhecimentos produzida pelo passado, uma convicção de que tudo o que foi feito se transformou num fracasso. Ele cita como outro exemplo o fato de os intelectuais latino-americanos de direita terem resistido sempre a reconhecer que os trinta anos gloriosos que se seguiram a 1950 representaram um período de ascenso das sociedades. Quando finalmente reconheceram, foi para poder dizer: Agora sim, as coisas estão indo terrivelmente mal! No debate eleitoral, essa técnica é usada para alimentar o derrotismo eleitoreiro para que as transformações no país não sejam percebidas.
Dose cavalar de invectivas
A comentarista de assuntos econômicos das Organizações Globo, Miriam Leitão, por exemplo, decretou que o programa Bolsa Família estaria trazendo "mais prejuízos do que benefícios para os brasileiros" e foi desmentida logo em seguida pelo Banco Mundial (Bird) e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Ela e outras sempre bem informadas autoridades em abobrinhas misturam, em seus diagnósticos fracassomaníacos, economia, política e uma dose cavalar de invectivas para alimentar ondas de boatos de toda ordem. Nesse coquetel entram os ingredientes mais diversos e disparatados entre si — qualquer coisa serve, desde que faça volume. Entram “denúncias” requentadas, “denúncias” que estão paradas há tempos e “denúncias” que talvez um parlamentar oportunista faça algum dia.
Para além da eclética e deletéria boataria, dissemina-se pelo país um sentimento de Armagedom, uma mistura de bravatas, foguetórios e pouquíssima substância. Quando os fatos são revelados, no entanto, suas conclusões se transformam em episódios patéticos. Analisemos, por exemplo, os dados parciais da geração de empregos em agosto deste ano, quando foram criados 101.425 postos de trabalho, divulgados nesta quinta-feira (11) pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. A mídia se apressou em dar manchetes esfuziantes sobre a queda de 20,54% quando comparado ao mesmo mês de 2013, relegando para segundo plano a geração de 751.456 novos postos de trabalho em 2014.
Mais e melhores empregos
O número, na verdade, se comparado com a realidade da economia mundial, deveria ser festejado. O Bird acaba de dizer que o Brasil e a China são os motores do emprego e advertiu que o mundo precisa criar 600 milhões de postos de trabalho até 2030 apenas para lidar com o aumento da população. “Não há dúvidas de que há uma crise de emprego generalizada”, destacou Nigel Twose, chefe da delegação do Bird na reunião dos ministros do Trabalho e do Emprego do G20, na Austrália. “Os países do G20 necessitam de mais e melhores empregos para um crescimento sustentável e para o bem-estar das suas populações”, destacou um documento da organização, cuja divulgação antecedeu a reunião ministerial dos dias 10 e 11.
Twose também mencionou o Brasil como exemplo de redução das desigualdades salariais. “Igualmente perturbador é estarmos vendo o aumento das desigualdades salariais e de rendimentos em muitos países do G20, apesar de terem sido alcançados progressos em algumas economias emergentes, como Brasil e África do Sul”, disse ele. O documento, compilado com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) — órgão das Nações Unidas para o comércio e desenvolvimento —, diz que há cerca de 100 milhões de desempregados nos países do G20 e 447 milhões são “trabalhadores pobres”, vivendo com menos de US$ 2 por dia.
O Bird destaca ainda, que, apesar da modesta recuperação econômica em 2013-2014, o crescimento global deve manter-se abaixo da tendência, com quedas previstas num futuro próximo, enquanto os fracos mercados de trabalho forem restringindo o consumo e o investimento. “Não há um truque de mágica para resolver esta crise do emprego, quer nos mercados emergentes, quer as economias desenvolvidas”, disse Twose. O Brasil, contudo, vem atravessado relativamente bem esse cenário de turbulência graças a medidas adotadas no ciclo que o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira vem chamando de “novo desenvolvimentismo”, um enfrentamento ao “imperialismo neoliberal” iniciado com a eleição de Luis Inácio Lula da Silva para a Presidência da República em 2002.
Mercados emergentes
No auge da atual crise internacional, em 2009, Lula disse em um encontro empresarial Brasil-Chile, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) com a presença da presidente chilena, Michelle Bachelet, que o Brasil enfrentaria a crise fortalecendo seus laços comerciais sobretudo com a América Latina. “A diversificação dos investimentos de produtos é uma garantia contra a crise; é preciso acabar com a ideia de apostar na loteria o tempo todo”, disse ele. “Antigamente, era chique dizermos que íamos para Paris, Londres ou Estados Unidos fazer acordo de negócios. Esse é o momento de fortalecermos o comércio na América Latina”, afirmou o presidente.
Para Lula, os empresários brasileiros deveriam prestar mais atenção às oportunidades de negócio nos mercados emergentes. “Se uma pessoa pegar um pedaço de pano e vender na avenida Paulista ou nos Jardins, as chances dele conseguir negócio é praticamente zero. Agora, se ele for no Jardim Miriam ou na Vila Carioca, onde eu morei, a chance cresce bastante”, comparou. “Não quero ser ufanista, mas a crise já está ficando uma coisa do passado. O Brasil já estava arrumado e o país fez o que tinha que fazer. Está na hora de a gente construir um marco regulatório de verdade para destravar definitivamente nosso país”, completou.
Demanda doméstica
O Brasil, evidentemente, não vem atravessando a crise totalmente incólume. Mas o resultado da sua economia, levando-se em conta o cenário internacional, é incontestavelmente positivo. E quem diz isso é ninguém menos do que o relatório anual da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), que traz uma previsão considerada bastante otimista para o país. O crescimento econômico da ordem de 1,3% previsto em 2014 é muito superior à média de projeções do mercado financeiro — que trabalha com a expectativa de apenas 0,48%, segundo a pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central na segunda-feira (8).
Esse crescimento, obviamente, está muito aquém das necessidades brasileiras. Mas ele está alinhado com outros países da região — abaixo de outros emergentes, porém — e reflete, além dos efeitos da crise internacional, fatores internos. "A América Latina desacelera e reflete o desempenho da Argentina, Brasil e México. A demanda doméstica perdeu o ápice e choques externos também afetaram", diz o documento, que prevê para o conjunto latino-americano uma expansão do PIB de 1,9% em 2014.
A Unctad alerta que, seis anos após o início da crise mundial, “o retorno às políticas de sempre não foi capaz de lidar com as causas profundas da crise”, referindo-se ao predomínio do sistema financeiro na dinâmica da economia global. “A continuidade do domínio financeiro sobre a economia real e a persistência do declínio da participação do salário no produto são simbólicos da incapacidade de enfrentar as causas da crise e sua recuperação anômala”, adverte o relatório. Para a organização, apenas o fortalecimento da demanda agregada pelo crescimento real dos salários e pela distribuição de renda mais igualitária poderão romper o longo período de baixo crescimento.
Políticas inadequadas
O estudo considera fraco o crescimento de 2,5% a 3% da economia mundial esperado para 2014, pouco melhor do que em 2012 e 2013 — 2,3%. E culpa as políticas inadequadas adotadas pelos países ricos. Segundo a Unctad, o crescimento do comércio global, pouco acima de 2% em 2012, 2013 e no início de 2014, continua inferior ao da produção global, devido à fraca demanda mundial. E acrescenta que isso não é fruto do aumento das barreiras comerciais ou dificuldades do lado da oferta. “Os esforços para estimular as exportações por reduções de salários e desvalorização interna são autodestrutivos e contraproducentes, especialmente se vários parceiros comerciais seguirem esta estratégia simultaneamente”, alerta.
A chefe da delegação argentina na reunião ministerial de Trabalho e Emprego do G20, Marta Novick, também defendeu o aumento do salário mínimo como estratégia de crescimento econômico e de garantia social. O salário mínimo argentino, que teve este ano um aumento de 31%, figura como “uma contribuição para a macroeconomia porque os recursos que chegam aos mais pobres traduzem-se em uma maior procura, produção e crescimento”, disse ela.
Ciclo virtuoso de geração de riqueza
Esse relatório deveria ser leitura obrigatória para os economistas conservadores, especialmente os gurus de Marina Silva e Aécio Neves. A política econômica acertada do Brasil e reconhecida pelo Bird-OCDE e pela Unctad baseou-se na constatação de que com a escassez de crédito internacional as agências de fomento — como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) — deveriam priorizar o investimento nos empreendedores nacionais para criar emprego e renda, de forma a sustentar um ciclo virtuoso de geração de riqueza e expansão da capacidade produtiva.
Para a candidata Marina Silva, no entanto, o Brasil errou ao fazer essa opção. “Eles querem continuar colocando R$ 500 bilhões no BNDES para dar para meia dúzia de ungidos que são escolhidos pelo governo para serem os campeões”, disse ela em entrevista o jornal Valor Econômico de quinta-feira (11).  Ela sustenta que o “crescimento pífio que o governo ostenta” se deve ao “descrédito” do Brasil no cenário internacional, o responsável pelo “baixo investimento” no país. “Quando as demais economias do mundo começam a se recuperar do tsunami com que foram assoladas — e que o governo dizia que era apenas uma marolinha —, o Brasil vive o tsunami de não ter feito o dever de casa”, afirma ela, contrariando os dados do Bird-OCDE e do relatório da Unctad.
O dever de casa de Marina Silva
O dever de casa seria a decantada “independência” do Banco Central (BC). Segundo Marina Silva, Lula começou a governar de forma obediente aos ditames financeiros internacionais, mas logo perdeu as rédeas e a economia brasileira mergulhou no poço, chegando ao seu fundo no governo da presidenta Dilma Rousseff.  “O presidente Lula, quando ganhou o governo, quis dar um sinal forte para a sociedade brasileira de que os instrumentos da política macroeconômica seriam preservados. Fez isso com uma Carta aos Brasileiros, convidando Meirelles (Henrique Meirelles, ex-presidente do BC), e durante seu primeiro governo tivemos o cumprimento dessas metas. No seu segundo governo, as coisas já foram se depreciando. No governo da presidente Dilma estão chegando ao fundo do poço”, analisou.
Segundo ela, a autonomia de fato que o BC conquistara no período dos governos de Fernando Henrique Cardoso (FHC) agora está completamente desacreditada. “A autonomia do Banco Central hoje é para recuperar credibilidade, para que o país volte a ter investimentos, volte a crescer. Foi tão depreciada no atual governo, que Eduardo Campos anunciou que iria buscar formas de institucionalização dessa autonomia”, disse ela.
Outra constatação da Unctad que contraria Marina Silva é a colaboração Sul–Sul, também reconhecida como oportunidade para que as nações em desenvolvimento intensifiquem o comércio regional e se fortaleçam mutuamente. “Uma agenda de desenvolvimento pós-2015 não será factível sem a disponibilidade de mais instrumentos e maior flexibilidade na definição de políticas”, afirma o estudo ao propor uma reforma efetiva da arquitetura financeira global, que garanta financiamento mais estável e de longo prazo público e privado para as economias pobres.
Práticas dos governos neoliberais
O “Programa de Governo” da candidata de oposição, contudo, afirma que esse caminho não levou a nada de bom. “Não se configurou, enfim, a anunciada decadência do Ocidente e uma ascensão definitiva dos países emergentes. A sorte destes últimos parece depender menos de profecias do que de políticas acertadas em produtividade, inovação, participação em cadeias produtivas e acordos seletivos de comércio”, aponta o documento, indicando que o Brasil deve seguir, prioritariamente, os ensinamentos das economias dos Estados Unidos e da União Europeia.
Além de uma “atualização” das relações com os Estados Unidos, diz o “Programa de Governo” de Marina Silva, o Brasil precisa aproveitar o “largo potencial para o adensamento da relação estratégica com a União Europeia”. Segundo o documento, ao privilegiar a relação política com os países em desenvolvimento o governo brasileiro errou inclusive em questões como direitos humanos. Advogando pontos de vista marcadamente contrários aos interesses dos povos que lutam por seus direitos, o texto afirma que, “em torno daqueles valores (direitos humanos e garantias fundamentais), que são universais, justifica-se que alarguemos nossos horizontes, contribuindo, como é tradição de nossa diplomacia, para a formação de consensos sem vícios ideológicos e confrontações estéreis”.
A verdade é que o neoliberalismo agravou a crise do sistema capitalista ao exacerbar a desigualdade entre classes e nações, a concentração de renda e as contradições sociais. Ao tomar o rumo progressista em 2002, o Brasil ajudou a despachar esse modelo perverso — com expressões de pesar e desapontamento da mídia e da direita em geral —, moído por índices vergonhosos de injustiças sociais, pela violência, pela inépcia geral da administração e pelo que existe de pior na política. As práticas dos governos neoliberais fizeram seus defensores perderem o odor de santidade com o qual se apresentavam ao público.
Receituário amargo
A presidenta Dilma Rousseff tem feito discursos consequentes ao dizer que a crise brasileira é complexa e diz muito mais respeito às mudanças qualitativas que precisam ser operadas e aos imperativos da conjuntura internacional do que ao que pode ou não fazer um presidente. A crise iniciada em 2007-2008 pode dar novos sobressaltos a qualquer momento. E o Brasil precisa se prepar para evitar a volta daquele triste espetáculo protagonizado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que aportava por aqui com botes salva-vidas carregados com bilhões de dólares e seu receituário amargo para o povo. O Brasil da “era FHC” pagou um preço caríssimo por seguir o receituário que a candidata Marina Silva — assim como Aécio Neves — quer ressuscitar: lei de falências que castigaram as empresas nacionais, aperto orçamentário que arrocharam os investimentos estatais e as políticas públicas, privatizações que fragilizaram a soberania nacional e desregulamentação das relações de trabalho.
Com a tentativa da oposição de fazer ressurgir o neoliberalismo morto e enterrado pelo ciclo de governos progressistas na América Latina, os brasileiros precisam meditar e analisar esses fatos de forma criteriosa. Não apenas porque a saúde econômica do país está em jogo, mas, sobretudo, para melhor refletir sobre os destinos do país. A edificação de uma sociedade menos injusta começa pela via política. Será por esse meio que construiremos as bases para uma economia em desenvolvimento. Para isso, é preciso ser perseverante. Partidos, sindicatos, associações populares e outros canais democráticos deverão concentrar esforços no entendimento dessa realidade para criarmos as alavancas que irão impulsionar esse grande projeto nessas eleições de 2014.

A BOCA DE URNA.

Boca de urna: a mídia e a aldeia comunista
Por Osvaldo Bertolino
 

A mídia, com a força que imagina ter, está passando ao largo do poder coibente da Justiça Eleitoral para intensificar os ataques à presidente Dilma Rousseff e tentar reduzir sua força política. A meta é enfraquecê-la para o segundo turno. O vale-tudo que tem pautado os noticiários no processo eleitoral tende a atingir altas temperaturas nos próximos dias.
Vivemos dias de paradoxos. Ao mesmo tempo em que existe um volume inédito de informações à disposição do público, e em que vigora uma liberdade de informar praticamente ilimitada, é possível que nunca o cidadão brasileiro tenha estado tão mal informado. Mesmo quando há algo para anunciar, os portadores das boas novas preferem ficar distantes dos microfones, câmeras e bloco de anotações. Eis outra característica marcante da mídia: ela inspira medo em vez de admiração. Até quem não tem posições ideológicas e políticas contrapostas às suas, mas discorda dos seus métodos abusivos, muitas vezes se mantém distante dela porque criticá-la, principalmente se quem faz a crítica tem algum tipo de estatura, é receita certa para entrar na lista de "inimigos".
A mídia gosta de atribuir a si mesma méritos que, examinados com cuidado, revelam-se flagrantes falsidades. Um deles seria a sua idiossincrasia oposicionista. Contudo, os meios de comunicação de massa, em uma verdadeira democracia, não têm de ser nem contra nem a favor de governos. Tem de ser, isso sim, fiel aos fatos, o que significa, basicamente, dotar o público de informações e análises que o ajudem a entender melhor as coisas. No entanto, os meios de comunicação de massas prognosticam o caos e apontam qualquer nuvem como prenúncio de tempestade. Já o inverso não é verdadeiro: quem prevê dias ensolarados não é noticiado.
Moralismo vulgar
Tendo essa falsidade como justificativa, o que se vê na mídia é uma sucessão de patacoadas cujo foco mais visível está na obsessão de apresentar um quadro de catástrofe terminal para o Brasil. Desde que Luis Inácio Lula da Silva assumiu a Presidência da República, em 2003, o colapso definitivo do país já foi decretado várias vezes. Divulgaram até uma falsa epidemia de febre amarela (foi, na verdade, uma epidemia de febre marrom) e um infundado “apagão elétrico” que a qualquer momento deixaria o país parado e às escuras. Esse modelo de comunicação de massa que existe no Brasil, na verdade, foi montado para ser uma poderosa fábrica de "crises". E a fórmula é infalível: prognosticam-se o caos e, com isso, os "escândalos" conquistam os noticiários.
Além disso, é extraordinária a capacidade da mídia brasileira de dar guarida à produção de um certo tipo de profissional — o "comentarista" que ganha a vida anunciando o colapso permanente do governo. Quando acerta na previsão de um desastre — e, estatisticamente, têm de acertar alguma coisa, já que ele prevê que tudo vai dar errado — é confirmado na posição de gênio da análise política brasileira. Em tempos passados, a fórmula funcionou, quando Carlos Lacerda combinou histrionismo com moralismo vulgar para caluniar Getúlio Vargas impiedosamente; nos dias atuais, a recorrência à mesma prática se enquadra na máxima do “vai que cola”.  
Mundo real
Os “comentaristas” preveem, durante 100% do tempo, que a economia do Brasil está entre o estado de coma e a morte anunciada. Neste ano de eleições, o auge foi atingido com o anúncio dos números do Produto Interno Bruto (PIB). As previsões tétricas apontaram como causa da catástrofe que está por vir a inflação fora de controle (o Índice Geral de Preços-Mercado, o IGP-M, fechou setembro abaixo das expectativas e caiu no acumulado de 12 meses), drástico recuo do PIB (o crescimento brasileiro não deve destoar das demais economias mundiais) e o dólar em disparada (a moeda norte-americana tem estado consistentemente nas cercanias dos dois reais).
Isso faz com que as pessoas frequentemente perguntem a si mesmas se o mundo real é o que elas leem, veem e ouvem ou é aquele em que vivem todos os dias. O que se vê na mídia, enfim, é um panorama de ruínas, que a realidade se incumbe de desmontar cotidianamente. Em outra frente, a mídia se especializou em trocar a busca de respostas pela fabricação de culpados.
As frases bombasticamente vazias vão para as capas, para as aberturas dos noticiários, para as chamadas dos portalões como verdades com potencial para abalar os pilares da nação. Recentemente ocorreu algo assim com o antológico “caso da Petrobras”. O vazamento seletivo para a mídia de supostas informações oficiais foi um ato criminoso. Os dados apareceram de tal maneira fora do contexto que ficou impossível depreender o essencial: gente desqualificada como Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras cooptado para a “delação premiada”, teve mais audiência do que os dirigentes da empresa e a própria presidenta da República.
Atuais ataques
Em outros episódios, casos com muito mais elementos comprobatórios de malversações não tiveram o mesmo tratamento. O mais rumoroso deles ocorreu na divulgação de conversas de altos funcionários do governo Fernando Henrique Cardoso (FHC) a respeito da privatização das estatais telefônicas, quando tombaram dois dos seus mais representativos ícones: Luiz Carlos Mendonça de Barros (então ministro das Comunicações) e André Lara Resende (então presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES).
As conversas grampeadas e editadas cuidadosamente pelos grampeadores — e nem tão cuidadosamente pelos editores da mídia — revelavam favorecimento do governo a um consórcio do qual fazia parte o banco Opportunity, do tucano Daniel Dantas, e no qual era figura de destaque o economista Persio Arida, amigo pessoal de Lara Resende e de Mendonça de Barros.
Algum tempo depois, em artigo para o jornal O Estado de S. Paulo, Lara Resende disse que “a gravação clandestina e a divulgação de conversas reservadas entre homens públicos, tratando de assuntos públicos, é um ato politicamente covarde, e a sua divulgação sensacionalista, extremamente perigosa". "Sempre que os direitos individuais são relativizados, em nome de um interesse público supostamente superior, o Estado de Direito corre risco. A subordinação dos direitos individuais a interesses coletivos esteve sempre associada às maiores atrocidades e aos mais bárbaros regimes deste século", ponderou, sem imaginar que esse argumento cairia como luva para os atuais ataques no “caso da Petrobras”.
Overdose de denúncias
É possível que os brasileiros tenham aprendido a discernir o que é escândalo de verdade e o que é factoide. Talvez a sociedade, que aparentemente já não se sente mais representada pela mídia, esteja à frente dela. E isso pode ser uma boa notícia — a falta de sintonia com o público é fatal; mata qualquer veículo, ainda que a morte seja arrastada. A conclusão é inevitável: por mais defeitos que tenha, por mais problemas por resolver que acumule, o Brasil é, hoje, infinitamente melhor do que a mídia.
A overdose de denúncias, acusações e condenações sumárias resultantes disso acaba por provocar uma total distorção do papel do jornalismo. Responder às perguntas da mídia, hoje, vai se tornando um exercício cada vez mais parecido com uma partida de xadrez, onde é necessário antecipar os três ou quatro lances seguintes do adversário. A pergunta não é simplesmente uma pergunta: muitas vezes é uma armadilha destinada a extrair alguma declaração que será usada contra o entrevistado nas perguntas à frente. A pessoa que está sendo inquirida precisa, assim, calcular cuidadosamente tudo o que diz. Se disser A, será perguntada adiante a respeito de B ou C; se disser Y, abrirá espaço para que lhe perguntem sobre X ou Z, e assim por diante. Entrevistas supostamente jornalísticas se transformam em interrogatórios.
Lula tocou no assunto
O fato é que os jornalistas da mídia, quando se dirigem a alguém, não querem realmente obter uma informação. Querem apenas obter alguma forma de confirmação ou justificativa para o que já foi decidido. Recentemente, Lula comentou o assunto. “O jornalismo antes tinha uma coisa fantástica: os jornalistas faziam as perguntas para a gente responder. Hoje eles respondem para gente perguntar. Vocês já perceberam que não tem mais pergunta? Eles não querem saber o que vossa excelência pensa. Eles querem saber só o que eles pensam sobre você e o que querem dizer para a sociedade. Ou seja: aumentou a falta de ética e a falta de respeito”, disse ele durante ato realizado com a presença de intelectuais e artistas que apoiam a reeleição de Dilma Rousseff no Rio de Janeiro, na noite do dia 15 de setembro.
Declarações, fatos ou números que se contraponham à mídia são ignorados; só é levado ao público o que combina com aquilo que esse tipo de comunicação quer dizer. As acusações, convenientemente, baseiam-se em fontes anônimas. E, quando tentam apresentar testemunhas capazes de provar alguma coisa, tudo o que aparece são obscuros personagens que não testemunham nada e, no fundo, apenas fazem o jogo pré-combinado. Mas isso não é suficiente para coibir o frêmito acusatório. É o que vem acontecendo no emblemático “caso da Petrobras"; a mídia apressa-se em publicar frases espetaculares de prisioneiros com vastas fichas criminais. A má-fé cínica tem o sentido explícito de criar a obtusidade córnea — para citar as palavras famosas de Eça de Queiróz.
Algo “razoável”
O que há, na verdade, é uma ditadura de uma casta com a presunção de conferir a si própria o título e as credenciais de senhora do bem e do mal, do que convém ou não ao país. Às vezes fazem isso até em nome das religiões, que do alto dos seus milênios de existência não lhes deram procuração para tanto. Recentemente, quando Dilma Rousseff visitou templos religiosos como candidata, um verdadeiro dilúvio de críticas desabou sobre ela. Ou por outra: vale tudo para tentar transformar um governo identificado com o povo em uma administração de segunda classe. Talvez a mídia não tenha tempo ou capacidade para cometer todos os desatinos que pretende, mas com certeza está empenhada em aproveitar ao máximo todas as oportunidades que aparecerem pela frente.
O “comentarista” das Organizações Globo, Arnaldo Jabor, por exemplo, já avisou que a deleção premiada do doleiro Alberto Youssef (outro que tem alta audiência na mídia) tem de resultar em algo ''razoável''. O que ele julga ''razoável'' não ficou claro. Seria o caso, se houvesse democracia na mídia, de perguntar para ele. Ou, quem sabe, pedir que escreva novas leis para o país. Mas gente como Jabor não tem compromisso com a verdade nem tampouco se dispõe a esclarecer coisa alguma. Se perguntados o que pretendem fazer, suas respostas certamente seriam parecidas com aquela célebre explicação dada por um oficial norte-americano, durante a Guerra do Vietnã, após pulverizar uma aldeia acusada de abrigar guerrilheiros comunistas: ''Para salvar a aldeia, tivemos de destruí-la.''

domingo, 28 de setembro de 2014

CINEMA PREMIADO.

Cinema brasileiro recebe prêmios em festivais internacionais

Escrito por: Redação
Fonte: Ministério da Cultura
Setembro foi um mês de prêmios para o cinema brasileiro. Quatro curtas foram laureados no Festival Internacional de Cinema de Caracas, na Venezuela. O longa-metragem "Praia do Futuro", de Karim Aïnouz, recebeu prêmio do Festival Internacional de San Sebastián, da Espanha, que termina no próximo dia 27. Já "Depois da Chuva", longa de Cláudio Marques e Marília Hughes, foi um dos vencedores do Festival Internacional de Cinema do Harlem, nos Estados Unidos, que se encerrou no último dia 14.

No Festival Internacional de Cinema de Caracas, dedicado ao cinema latino-americano, o cinema brasileiro faturou quatro prêmios: "Guida", de Rosana Urbes, ganhou Melhor Animação; o curta "Memória de Rio", de Roney Freitas, levou o prêmio de Melhor Curta Documentário; o prêmio de Melhor Curta-Metragem de Ficção foi para "Coice no Peito", de Renan Rovida; e "Preto ou Branco", de Alison Zago, recebeu menção honrosa do júri do festival.

"Depois da chuva" foi considerado o melhor filme estrangeiro pelo júri do Festival de Cinema do Harlem. Ambientado em 1984 e livremente inspirado na adolescência do diretor Cláudio Marques, o filme contou com R$ 200 mil em recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) para sua produção. Já foi exibido em festivais como Brasília, Berlim (Alemanha) e Roterdã (Holanda). O filme é o primeiro longa da dupla Marques e Hugues, e sua estreia em circuito comercial está prevista para janeiro de 2015.

O Festival Internacional de Cinema de San Sebastián premiou "Praia do Futuro", de Karim Aïnouz, no último fim de semana. O filme, que também conta com investimento de R$ 2,23 milhões do FSA, foi contemplado com o prêmio Sebastiane Latino, concedido desde o ano 2000 aos filmes que melhor refletem valores e a realidade de gays, lésbicas, transgêneros e bissexuais.

Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura

O FATOR IMPRENSA.

O fator imprensa

Escrito por: Mailson Ramos
Fonte: Observatório da Imprensa
Produzir conteúdo e publicar notícia não é mais a essencial atribuição da imprensa brasileira, especialmente neste momento em que a campanha eleitoral suscita a atenção dos cidadãos. A imprensa causa impacto na decisão popular quando oferece a condição de discutir as propostas dos candidatos, por exemplo, ao organizar debates e sabatinas. Os postulantes são acompanhados diariamente até o final do pleito, quando os vitoriosos esbanjam alegria nos diretórios e os perdedores lamentam a derrota cercados de faces frustradas. A imprensa está entranhada na movimentação dos candidatos atentos a um equívoco, uma frase célebre para lembrar oportunamente no dia da decisão, uma incoerência discursiva. Como um termômetro autômato ela mensura a qualidade dos enfrentamentos ao mesmo tempo em que insufla ou abafa as polêmicas. Dela depende a valorização das discussões mesmo quando estas são colocadas em campos neutros e inacessíveis. Por isso as vozes sempre incessantes da imprensa lutam numa guerra a favor da democratização da informação no que diz respeito à amplificação irrestrita da produção de conteúdo; luta pelo poder de influenciar a opinião pública.
Um simples deslize em frente às câmeras ou uma frase infeliz publicada na manchete de um grande jornal podem não ser tão incômodos quando uma falha grotesca na participação de um debate nacional exibido pela TV aberta. A imprensa é responsável por, de certa maneira, monopolizar o debate dos candidatos aos cargos eletivos nas eleições; o sufrágio advindo das mãos do eleitor, frente à urna eletrônica, não nasce senão duma análise anterior embasada e reforçada pelas matérias que se lê, vê e ouve. Todo sujeito neste período goza da referência que lhe concedem os noticiários todos os dias. E sente-se capaz de decidir: o novo presidente deve diminuir a taxa Selic. Especialistas em tributação e comentaristas políticos, navegantes constantes das redações jornalísticas, podem levar ao conhecimento da população aquilo que ela sequer supunha existir. Mas está no jornal e o fator imprensa decide, sob suas regras, a importância do assunto naquele ou noutro momento.
A história da manipulação da opinião pública por parte da imprensa não adquire vulto na compreensão deste artigo. O fato desta discussão é que não há possibilidade de diminuir a influência da imprensa numa sociedade democrática em que a maioria das pessoas fundamenta suas opiniões a partir do contato com o conteúdo por ela criado. E de certa forma, a estrutura social não poderia prescindir desta condição. A imprensa brasileira é tão responsável pela eleição ou rejeição de determinados candidatos, sejam eles aspirantes ao menor ou maior dos cargos públicos desta república, que não é possível pensar numa disputa sem as polêmicas e discussões, os deslizes (da própria imprensa) e o poder de disseminação da mensagem. Aos poucos a perspectiva ganha o vulto da escolha. Candidatos deixam de ser meros personagens de um enredo fiel às campanhas institucionalizada e midiática para se tornar o destinatário do voto. A relevância aí se encontra.
A cada pleito, de dois em dois anos, a imprensa busca refazer-se. Abusa da tecnologia, dos gráficos computadorizados, dos efeitos e luzes para ilustrar as campanhas. Ilustrando-as transforma o conteúdo em necessidade, a noticia ganha aspecto de alimento para os debates; os debates são nada mais que combustível para a queima das polêmicas, produto incendiário das próprias campanhas. No ciclo eleitoral formado por imprensa, opinião pública e políticos é importante estar atento ao valor do conteúdo. Há várias possibilidades de reconhecer na imprensa a fidelidade dos fatos e nada mais; como também é possível desagradar com algumas ações pontuais nunca esclarecidas, aliás, sempre escusas. Se a imprensa é um importante fator na valorização das informações para as escolhas feitas pelo povo não há motivos para criar alarde e sustentar teorias. A preocupação também não reside mais na polêmica da imparcialidade, porque a moda agora é ser coerente.
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Mailson Ramos é escritor

MP MOVE AÇÃO CONTRA O SBT.

Ministério Público atende pedido do PCdoB e move ação contra SBT

Escrito por: Redação
Fonte: Vermelho

Em março, a Bancada do PCdoB na Câmara entrou com uma representação no Ministério Público Federal (MPF) contra o SBT em virtude das declarações da âncora Rachel Sheherazade aprovando o caso do jovem acorrentado a um poste no Rio de Janeiro. Depois de seis meses, o órgão ajuizou, nesta quarta-feira (24), uma ação civil pública contra a emissora de televisão pelos crimes de incitação ao ódio.

No início de fevereiro, quando um jovem de 15 anos, acusado de praticar pequenos furtos no bairro do Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro, foi acorrentando nu a poste por um grupo de “justiceiros”, a jornalista Rachel Sheherazade justificou e legitimou a atitude do grupo, afirmando que a ação era “legítima defesa coletiva”.
Para a líder do PCdoB na Câmara, deputada Jandira Feghali (RJ), a jornalista fez uma declaração que vai de encontro aos direitos humanos, propagando uma mensagem de ódio e intolerância. "Não se pode confundir liberdade de expressão com incitação ao crime. A gente luta pela liberdade de expressão há décadas! A jornalista fez clara menção contra os direitos humanos, propagando uma mensagem de ódio e intolerância, incitando-os na sociedade. E isso tudo com recursos públicos", avalia a parlamentar.
O MPF pede, em caráter liminar, que o SBT veicule um quadro com a retratação dos comentários da jornalista, sob pena de multa de R$500 mil por dia, em caso de descumprimento.
A veiculação deverá esclarecer aos telespectadores que tal postura de violência não encontra legitimidade no ordenamento jurídico e constitui atividade criminosa ainda mais grave do que os crimes de furto imputados ao adolescente agredido. A ação do MPF solicita ainda que o SBT seja condenado a pagar R$532 mil de indenização por dano moral coletivo, calculada com base nos valores de inserção comercial praticados pelo canal de TV.
Violação das leis
Para o procurador Pedro Antonio de Oliveira Machado, o comentário da jornalista defendeu a tortura praticada – sanção proibida pela Constituição – e violou o princípio da dignidade da pessoa humana. Além disso, a âncora já considerou o jovem culpado e condenado, ignorando a presunção de inocência prevista na lei.
Segundo a ação, o caso se torna ainda mais grave pelo fato de a vítima da barbárie ter 15 anos. A Constituição prevê que é dever prioritário do Estado, da família e da sociedade assegurar à criança e ao adolescente o direito à vida, à dignidade, ao respeito e à liberdade, além de protegê-los de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
De acordo com a ação, ao veicular tais declarações em canal de televisão aberta, serviço público da União exercido mediante concessão pública, o SBT abusou do direito à liberdade de expressão e de manifestação do pensamento e violou também as diretrizes da Comunicação Social. De acordo com a Constituição, a produção e a programação de rádio e TV devem dar preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas e respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família.
Os comentários de Rachel Sheherazade feriram ainda o Código de Ética do Jornalista Brasileiro, segundo o qual o jornalismo não pode ser usado para incitar a violência, a intolerância, o arbítrio e o crime.
Sem direito absoluto
O MPF reforça que a ação civil pública em questão, não representa censura, “medida totalmente incompatível com o regime democrático”, apenas ressalta que “o direito à liberdade de manifestação jornalística não é absoluto e que os veículos de comunicação não estão livres de sanções ou responsabilizações posteriores caso, ao informar e expressar livremente o pensamento, violem outros direitos e garantias estabelecidos pelo ordenamento jurídico brasileiro”.
A ação pede ainda, em caráter liminar, que a União fiscalize adequadamente a programação e adote medidas administrativas, extrajudiciais ou judiciais para que as emissoras observem os princípios previstos na Constituição Federal, dando preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas e respeitando os valores éticos e sociais da pessoa e da família.
Da Redação em Brasília
Com agências

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

PRIVATIZAÇÃO DOS DUTOS;A QUEM INTERESSA.


Artigo do petroleiro Emanuel Cancella questiona matéria manipulatória da grande mídia sobre o transporte de gás no
país e mostra que por trás desse discurso está o objetivo de abrir caminho para a privatização do setor
A manchete de O Globo de 17 de junho, “Oferta de gás crescerá 68%, mas faltam gasodutos” é tendenciosa, leviana, neoliberal, e com o intuito claro de favorecer a iniciativa privada. Aliás, a mídia sempre apoiou as privatizações. O crescimento de 68% na oferta do gás é uma situação criada pela própria Petrobrás. Foi ela própria que desenvolveu tecnologia inédita permitindo a descoberta do pré-sal, o que multiplicou por cinco nossas reservas de petróleo e gás, propiciando esse aumento de oferta.
Vejam nossos aeroportos, quando o número de passageiros aumenta geometricamente e potencial de rentabilidade também, os aeroportos são entregues à iniciativa privada. O Estado constrói rodovias, ferrovias e o metrô, que em seguida são privatizados. Sem contar luz, telefone, portos e barcas, que depois de todo o sistema montado, o controle foi para mãos da iniciativa privada. Antes da entrega há uma campanha sistemática, na grande mídia, como agora com os dutos, desvalorizando o serviço estatizado, o que facilita a entrega. Normalmente esses serviços entregues passaram a ser de qualidade pífia, mas as tarifas cobradas são astronômicas.
No caso dos gasodutos, a Petrobrás que, além de suprir o mercado brasileiro de todos os derivados de petróleo nos seus 60 anos, construiu também uma malha de nove mil quilômetros, que corta o Brasil de norte a sul, de leste a oeste. Aliás, a própria estatal construiu o gasoduto Brasil Bolívia para trazer para o Brasil o gás da Bolívia.
O consumo do gás natural liquefeito de petróleo no Brasil se expandiu e a tendência é ainda aumentar exponencialmente. É preciso que a sociedade saiba que os gasodutos da Petrobrás foram construídos com dinheiro público. E o transporte de gás e derivados de petróleo através do duto é um dos negócios mais lucrativos da indústria do petróleo. Agora cabe a companhia construir as ramificações nos dutos existentes, o que vai permitir a chegada do gás natural a todas às cidades brasileiras.
Com a quebra do monopólio estatal do petróleo, as empresas privadas passaram a comercializar o gás nos estados, o que já é uma afronta aos interesses da sociedade, pois elas recebem o gás da Petrobrás pronto para o consumo. Já entregamos o gás que representa os ovos de ouro a essas empresas, agora vamos entregar os dutos, que são a galinha dos ovos de ouro?
* Emanuel Cancella é técnico da Petrobrás, Secretário Geral do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)

Um coment�rio para A quem interessa a privatização dos gasodutos da Petrobrás? – Por Emanuel Cancella

O ÓDIO DA DIREITA FASCISTA

Durante essa Campanha Eleitoral de 2014 tenho conversado com muita gente que tem me ajudado a refletir sobre todo esse ódio ao PT que vem sendo estimulado nos últimos anos. Temos que colocar todos os pingos nos is. A militância do PT não é de hoje vem sofrendo agressões e violências não só na internet como nas ruas, culminando com a morte agora de nosso militante de 21 anos Hiago Augusto Jatobá de Camargo em Curitiba, no Paraná.
Algumas pessoas vem a mim e dizem que o PT é que criou esse ódio e essa diferença de classe que antes não existia no Brasil e provocou tudo. Vejam só!
É verdade, o PT criou políticas sociais que fizeram as pessoas ascender e melhorar, coisa que nunca tinha sido feito antes no país. O PT fez com que o povo saísse da situação de indigência que vivia e ganhasse alto estima. Com isso provocou o ódio daqueles que sempre viveram de benesses do Estado às custas da pobreza do povo. Egoístas, corruptos, corruptores, todos que sempre espoliaram o país e que sempre odiaram os pobres. O ódio dessa gente estava enrustido e mascarado! A disputa do Estado Brasileiro que não é mais só deles é que fez com que o ódio viesse a tona!
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Mas, além disso, há algo mais. A própria mídia corporativa vende o que muitos de nós pesquisamos e denunciamos daquilo que nos chega de profissionais de jornalismo do exterior como história da Carochinha, teoria conspiratória, como se eles fossem inocentes e injuriados e que nada fosse plausível ou possível naquilo que dizemos.
Temos jornalistas investigativos internacionais que mostram que não é bem assim. Temos mostrado aqui o quanto é real e verdadeira a ação da direita e existem documentos de um passado recente do Golpe Militar que mostram o quanto existem estratégias e estratagemas de comunicação e de cooptação das pessoas que são utilizados para forçar uma opinião pública.
A cooptação se dá de várias formas. Tanto pelo método capitalista, através de pagamentos em dinheiro a pessoas que se prestem a fazer tumultos e confusões, como também, através de lavagem cerebral para o qual até mesmo são usados métodos de pregação religiosa e manipulação midiática. Terrível e triste…
Pois bem, vou mostrar aqui um artigo de Mauro Carrara de outubro de 2010, para nos ajudar a refletir sobre o momento atual. Peço aqueles que o lerem que o façam com isenção. As estratégias de direita não mudaram de lá para cá. Continuam assustadoramente mais ameaçadoras. Quem não consegue ganhar eleições democráticas com projetos e programas quer ganhar no grito e faz qualquer coisa para isso.
Até agora o desenvolvimento do país e as mudanças proporcionadas pelos governos progressistas do PT desde 2003 tem sido superiores ao jogo sujo e criminoso que tem sido feito.
Mas, o próximo mandato de Dilma terá que fazer muito mais, com mudanças estruturantes que possam mudar muito mais o Brasil. E o PT terá que fazer o debate político com a sociedade brasileira. Terá que se comunicar com todos os brasileiros, trazendo a verdadeira política de volta ao seio das famílias e comunidades. Só assim, poderemos ter mudanças consolidadas em nosso país.
Vamos ao artigo. Prestem atenção no que ele dizia em 2010 e que é certeiro para o momento atual.
O PSDB, o partido neoliberal de José Chirico Serra e Fernando Henrique Cardoso, montou ainda em outubro de 2009 um eficiente sistema capaz de disparar diariamente mais de 152 milhões de e-mails para brasileiros de todas as regiões.
Esse sistema é preferencialmente utilizado para disseminar peças de calúnia e difamação contra Dilma Rousseff, Luiz Inácio Lula da Silva e qualquer figura pública que ouse tomar partido do projeto da esquerda no Brasil. Funcionando também nas redes sociais, essa é uma das principais frentes da “Revolução do Ódio” em curso no país.
Até o primeiro turno da eleição presidencial, havia mais de 650 militantes, quase todos bem remunerados, para difundir material venenoso contra o governo federal. Neste segundo turno, essa super tropa de terrorismo virtual, recrutada por Eduardo Graeff, conta com mais de 1.000 militantes.
Esse, no entanto, é apenas um braço do movimento de golpismo midiático financiado por entidades ultra-conservadoras, sobretudo norte-americanas, empenhadas em desestabilizar movimentos de esquerda pelo mundo e assumir o controle das fontes de riqueza nos países emergentes.
O enigma das “revoluções coloridas”
Há 15 anos, a Internet vem sendo utilizada como ferramenta de sabotagem por esses grupos. Dentre eles, destacam-se o poderoso National Endowment for Democracy (NED), a United States Agency for International Development (USAID) e inúmeras entidades parceiras, como a Fundação Soros.
O NED, por exemplo, financia várias organizações-satélite, como o World Movement for Democracy, o International Fórum for Democratic Studies e o Reagan-Fascell Fellowship Program, que atuam direta ou indiretamente em todos os continentes.
Grupos ligados ao NED, por exemplo, tiveram comprovada atuação nos episódios políticos que desestabilizaram a coalizão de centro-esquerda na Itália, em 2007 e 2008. Acabaram derrubando o primeiro-ministro Romano Prodi e, em seguida, reconduziram ao poder o magnata Silvio Berlusconi.
A ação envolveu treinamento de jornalistas, divulgação massiva de boatos na Internet, dirigidos sobretudo aos jovens, e distribuição seletiva de caríssimos “estímulos” a senadores de centro.
Mas, afinal, o que é o NED?
Criada em 1983, por iniciativa do presidente estadunidense Ronald Reagan, trata-se oficialmente de uma entidade privada, mas abastecida de forma majoritária por fundos públicos.
Ainda que seus dirigentes a qualifiquem como um centro de incentivo à democracia, trabalha sempre no apoio a movimentos de direita, com forte ênfase no liberalismo, no individualismo, no privatismo e no pressuposto de que os interesses do mercado devem prevalecer sobre os interesses sociais.
Segundo o conceituado escritor e ativista norte-americano Bill Berkowitz, do movimento Working for Change, o objetivo do NED tem sido “desestabilizar movimentos progressistas pelo mundo, principalmente aqueles de viés socialista ou socialista democrático”.
O NED e suas entidades parceiras figuram na origem das chamadas “Revoluções Coloridas” que se espalharam pelo mundo nesta década.
A primeira operação virtual-midiática de grandes proporções foi a chamada Revolução Bulldozer, em 2000, no que ainda restava da Iugoslávia.
O nome do movimento se deve ao ato violento de um certo “Joe” (na verdade, Ljubisav Dokic) que atacou uma emissora de rádio e TV com uma escavadeira. Logo, foi transformado num emblema da sedição.
Na época, especialistas em mobilização de entidades financiadas pelo NED concederam apoio técnico e treinamento intensivo aos membros do Otpor, grupo estudantil se tornaria fundamental na campanha de desestabilização do governo central.
Talvez o melhor exemplo desse trabalho de corrosão política tenha ocorrido em 2003, na Geórgia, na chamada Revolução das Rosas, que culminou com a derrubada do presidente Eduard Shevardnadze.
Novamente, havia uma organização juvenil envolvida na disseminação de boatos, denúncias e incitações, a Kmara (Basta!), além de várias ONGs multinacionais como o Liberty Institute.
A Revolução das Rosas não teria ocorrido sem o apoio das associações ligadas ao bilionário húngaro-americano George Soros. A Foundation for the Defense of Democracies, instituto neoconservador com sede em Washington D.C., revelou que Soros investiu cerca de US$ 42 milhões nas operações para derrubar Shevardnadze.
O roteiro se repetiu em vários outros movimentos, como a Revolução Laranja, na Ucrânia, em 2004, e a Revolução das Tulipas, no Quirguistão, no ano seguinte.
Levantes dessa natureza ainda têm sido estimulados por esses grupos e seus agentes, que visitam os países-alvo em épocas de crise ou durante processos eleitorais.
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Observadores internacionais estimam, por exemplo, que NED e USAID investiram US$ 50 milhões anuais no suporte às entidades que desestabilizaram e derrubaram o governo de Manuel Zelaya, em Honduras.
Nem sempre, porém, as “revoluções“ patrocinadas por essas entidades são coroadas de pleno êxito. É o caso da chamada “Revolução Twitter”, ocorrida na Moldávia, em 2009, e das frequentes operações de terrorismo midiático e virtual desenvolvidas pela oposição venezuelana.
Em todos esses episódios, há um procedimento estratégico que vem sendo seguido pelos grupos de sabotagem. Podemos sintetizá-lo em dez mandamentos operativos:
1) Difunda o ódio. Ele é mais rápido que o amor.
2) Comece pela juventude. Ela esta multiconectada e pode ser mais facilmente mobilizada para destruir do que para construir.
3) Perceba que destruir é “divertido”, ao passo que “construir” pode ser cansativo e chato.
4) A veracidade do conteúdo é menos relevante do que o potencial impacto de uma mensagem construída a partir da aparência ou do senso comum.
5) Trabalhe em sintonia com a mídia tradicional, mas simule distanciamento dos partidos tradicionais.
6) Utilize âncoras “morais” para as campanhas. Criminalize diariamente o adversário. Faça-o com vigor e intensidade, de forma a reduzir as chances de defesa.
7) Gere vítimas do oponente. Questões como carga tributária, tráfico de drogas e violência urbana servem para mobilizar e indignar a classe média.
8) Eleja sempre um vilão-referência em cada atividade. Cole nele todos os vícios e defeitos morais possíveis.
9) Utilize referências sensoriais para a campanha. Escolha uma cor ou um objeto que sirva de convergência sígnica para a operação.
10) Trabalhe ativamente para incompatibilizar o político-alvo com os grupos religiosos locais.
Várias dessas agências internacionais de desestabilização enviaram emissários ao Brasil, especialmente a partir do ano passado.
A ação-teste no Brasil foi desencadeada por meio do movimento “Fora Sarney”, organizado pelo movimento denominado “Rir para Não Chorar”, ou simplesmente RPNC.
Os “indignados moralistas” de direita escolheram o político maranhense como alvo, mesmo depois de tolerá-lo durante 45 anos em instâncias decisórias do país.
ódio
O líder da vez era um certo Sérgio Morisson, que se dizia consultor de ONGs e “fashionista”. Na época, vivia na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), atuando no Comitê de Jovens Executivos.
Na verdade, Sarney serviu apenas como um pretexto de ensaio golpista. O objetivo do grupo era canalizar o ódio da jovem classe média contra o governo Lula.
Distribuíram 50 mil narizes de palhaço, seguindo disciplinadamente a cartilha de simbologia dos movimentos patrocinados pelo NED.
Na verdade, muitos dos “palhacentos” já tinham atuado em outro levante do tipo, o famigerado “Cansei”, que dois anos antes tentara se aproveitar do acidente com o avião da TAM para fomentar uma revolta popular contra o governo federal.
Na presente eleição presidencial brasileira, todo o receituário estratégico e simbólico das revoluções coloridas foi empregado no fortalecimento da candidatura da ex-petista Marina Silva.
A chamada “onda verde”, que impediu a vitória de Dilma Rousseff no primeiro turno, foi vigorosamente apoiada por expressivos setores da direita brasileira, inclusive com suporte mal disfarçado de parte da militância oficial do PSDB.
A direita estrangeira e o golpe em curso no Brasil
A principal entidade articuladora da “Revolução do Ódio” no Brasil é o Instituto Millenium (IM), que dispensa apresentações ao leitor da blogosfera.
O IM tem uma fixação especial por Ayn Rand, uma escritora, roteirista e pseudo-filósofa russa que viveu a maior parte da vida nos Estados Unidos.
Rand defendia fanaticamente o uso de uma suposta razão objetiva, o individualismo, o egoísmo e o capitalismo. Segundo a base de sua “filosofia”, o homem deve viver por amor a si próprio, sem se sacrificar pelos demais e sem deles esperar qualquer solidariedade.
Para os seguidores de Rand, o espírito altruísta cooperativo é visto como fraqueza e como destruidor da energia humana empreendedora.
Rezam pela cartilha de Rand, por exemplo, o articulista de Veja Reinaldo Azevedo e o economista Rodrigo Constantino, membro do Conselho de Fundadores e Curadores do IM, autor de livros barra-pesada como “Estrela Cadente: As Contradições e Trapalhadas do PT” e “Egoísmo Racional – o Individualismo de Ayn Rand”.
O conselho editorial do instituto é liderado por Eurípedes Alcântara, diretor da revista Veja, tão conhecido pela barriguda matéria do Boimate (o anúncio da fusão genética do boi com o tomate) quanto por sua devoção fanática pelos Estados Unidos e pelo neoliberalismo radical.
Participante ativo de programas de entidades financiadas pelo NED, Alcântara frequenta simpósios e atividades de treinamento destinadas a impor na América Latina o pensamento da direita corporativa norte-americana.
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A Internet ainda exibe uma conversa tão estranha quando reveladora entre o executivo da Editora Abril e Donald “Tamiflu” Rumsfeld, ex-secretário do Departamento de Defesa dos EUA. Segue aqui uma fala entusiasmada do entrevistador.
QUESTION (Alcântara): Yeah, that would be my pleasure. I have been watching close your role in the United States and I must say that I admire you. You are so firm since the beginning. When they said they were going there for the oil and then they said you were going there for your own interests, and then, well, we see democracy spreading throughout the Arab world. This is not a small thing, right?
As relações entre o Millenium e entidades estrangeiras seguem diversas rotas de financiamentos e apadrinhamentos, mas um pouco dessa complexa malha de articulações pode ser visualizada aqui:
Hoje, os apoiadores estrangeiros do Instituto Millenium e dos partidos da direita brasileira têm um olho ansioso na eleição e outro faminto na compensação exigida. O principal balconista desse negócio é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que recentemente, em Foz do Iguaçu (PR), tentou acalmar sua inquieta freguesia.
Caso José Serra vença o pleito em 31 de Outubro, o pagamento prometido está garantido: a entrega do Banco do Brasil, da Petrobrás e de Itaipu aos patrocinadores da “Revolução do Ódio”. Mais estarrecedor que esse acordo é o silêncio até agora das forças progressistas.