quarta-feira, 18 de março de 2015

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Opinião

PCO diz que política do “nem, nem” significa apoio ao golpe

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Segunda, 16 Março 2015
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Nem, nem… a esquerda pequeno-burguesa entrega as ruas para a direita.Psol e PCB não querem lutar contra o golpe, a Rede Globo explicou para eles que isso é “governismo”

da página do PCO. Publicado em 09 de março de 2015 às 10:59.
Protesto em frente em Congresso em junho de 2013. Foto: Leo Djorus/Creative Commons
Protesto em frente em Congresso em junho de 2013. Foto: Leo Djorus/Creative Commons

Mais uma vez, a esquerda pequeno-burguesa que está fora do governo mostrou que realmente está disposta a deixar a direita à vontade e, quem sabe até, apoiar a direita contra o governo.
Psol e PCB, diante das duas manifestações que vão acontecer nos próximos dias e do aumento da polarização política no País, levam adiante a política do “nem uma coisa, nem outra”, que também poderia ser chamada de política dos que estão vivando em outra dimensão. Tudo isso, como sempre é claro, vem misturado com uma bela cobertura de “temos uma posição classista”. Não tenhamos dúvida de qual classe a posição dessa esquerda representa: a classe média. Mas antes de explicar mais uma demonstração de extrema desorientação política, que está levando esses grupos – devemos incluir aí o PSTU – a uma aliança prática com a extrema direita, vejamos as declarações.
Em uma nota escrita no dia 10 de fevereiro por sua direção nacional, o Psol afirma que “o partido desautoriza o uso de seu nome em convocatórias de atos pró-governo a serem realizados no próximo dia 13 de março”.
E acrescenta:
“O lugar do povo brasileiro não é nem reforçando as forças conservadoras, nem tampouco [grifo nosso] apoiando o governo atual e suas medidas. É ocupando as ruas para exigir o fim do pacote de austeridade, o fim dos reajustes das tarifas públicas e dos combustíveis, o arquivamento dos projetos que representam retrocesso de direitos e a punição de todos os envolvidos nos escândalos de corrupção da Petrobrás, tanto do período FHC quanto Lula e Dilma [grifo nosso].”
Já o PCB, depois de ter visto o nome do partido na convocatória para o ato do dia 13 de março, correu para desmentir e aproveitou para atacar o governo: “PCB não participa de atos governistas”. “A Comissão Política Nacional do PCB vem a público comunicar que o partido não participará desse ato e, portanto, não autoriza a inclusão de nossa sigla na lista de entidades promotoras”.
Em primeiro lugar é preciso explicar que as duas manifestações não são meras “manifestações”. Elas são a expressão mais visível nesse momento da polarização política no Brasil. Os elementos da direita e extrema-direita nacional, abertamente financiados pelo imperialismo e promovidos pela imprensa cartelizada (Globo, Veja, O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo) preparam um golpe contra o governo, disfarçado como sempre detrás de “belas” justificativas morais. O golpe é contra o governo do PT – os “governistas” na linguagem da esquerda pequeno-burguesa – naturalmente. O golpe precisa ser dado contra o governo de plantão, independentemente da natureza e das características dele. Apenas para lembrar, quem está na presidência é o PT, não o PCB nem o Psol.
Mas o golpe, como todo golpe, não para depois de derrubar o governo. Seu objetivo é muito mais profundo: atacar brutalmente as condições de vida dos trabalhadores, as organizações populares, sindicais, estudantis.
A extrema-direita que sairá nas ruas no dia 15 quer isso. A manifestação do dia 15 não quer o “impeachment”, quer um golpe. Golpe mesmo, assim como o de 64, ou como o do Pinochet no Chile e tantos outros.
Diante disso, a tarefa central da esquerda que se diz revolucionária é denunciar e lutar contra o golpe. Lutar contra o golpe não significa ser “governista” como costumam argumentar as crianças da esquerda pequeno-burguesa. Lutar contra o golpe é defender as organizações operárias e populares, atacar os fascistas.
E para acrescentar, devemos lembrar que lutar contra o golpe é, em uma grande medida, lutar contra a própria política de conciliação e covardia do PT, que se nega, como sempre, a lutar.
O que significa o “nem, nem”?
A política do Psol e do PCB nada mais é do que uma maneira de se aliar com a direita usando palavras de esquerda. Não se posicionar claramente contra o golpe, convocando a esquerda, os sindicatos, os movimentos populares, o próprio PT e obviamente os trabalhadores para sair às ruas contra os golpistas é estar do lado da direita.
Mas a posição é ainda pior. O Psol deixa “escapar” em sua nota que sair às ruas no dia 13 é ainda pior do que ir na manifestação do dia 15. Para o Psol, o ato do dia 13 é para “defender o governo”. Foi a Globo que falou isso para a direção nacional do partido.
Para a esquerda pequeno-burguesa é necessário que se construa uma “alternativa”, uma “saída pela esquerda”, como diz a nota do Psol. Tudo isso é muito bonito, mas diante do golpe e do crescimento da extrema-direita, qual será a posição do Psol? Nem um, nem outro. Esperemos o dia em que nossas pregações “esquerdistas” atinjam a cabeça do povo e ele decida eleger a Luciano Genro, o Mauro Iasi ou o Zé Maria como presidentes da república. Até lá… nem, nem.
Vamos deixar como está, mas sem deixar de pedir a cabeça do PT. Foi a Rede Globo e a revista Vejaquem explicou isso para eles.
Com essa posição, a esquerda pequeno-burguesa deixa as ruas para a direita. Não defender uma frente de de luta de todos os trabalhadores contra o golpe com a justificativa morais contra o PT apenas deixa o caminho livre para o avanço da direita, que já está nas ruas e está crescendo.
O Psol vai ainda mais longe e pede a punição dos envolvidos em escândalos de corrupção. Como é bom aprender com a Rede Globo!
Mas os psolistas vão dizer: “não somos como a rede Globo porque pedimos a punição do período FHC.” Sobre isso, nos resta lembrar que essa posição é a mesma da Dilma e do PT, que também chegaram nessa posição porque a Globo ensinou para eles que é preciso ser “ético”.
A política da esquerda pequeno-burguesa é uma falsa alternativa de esquerda. Ao atacar o governo, dando razões aos argumentos da direita, tudo o que essa esquerda faz é dar um ar de “pureza” para o golpismo.
A única alternativa real que está colocada nesse momento é sair às ruas contra o golpe, levantando as reivindicações dos trabalhadores, coisa que o PT não faz ou faz timidamente e apenas com objetivos eleitorais. É preciso uma posição clara de luta contra a direita e o golpe. Essa é a principal tarefa do momento.
Fonte:página do Partido da Causa Operária (PCO)

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