"Valer-se
de pessoas que usam os punhos e pés em vez do cérebro para fazer pregações
intelectuais faz todo sentido em um momento como este. A política brasileira,
atualmente, em tudo se assemelha a essas arenas sangrentas. Agora, mais do que
antes", diz Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, sobre o protesto contra a
presidente Dilma feito pelo lutador lutador Gilbert “Durinho” Burns
22 DE MARÇO DE 2015 ÀS 15:32
Por
Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania
O
lutador Gilbert “Durinho” Burns venceu uma luta, na noite de sábado (21/3), no
UFC Rio 6. Depois, resolveu se manifestar politicamente contra a presidente
Dilma Rousseff. Bastante machucado, pediu o microfone e berrou: “Dilma, pede
para sair!”.
Assista
a cena, abaixo.
Essa
não foi a única manifestação política durante o evento. Outro lutador, Leandro
Buscapé, empunhou uma bandeira do Brasil e, ao microfone, pediu para o público
levantar o “punho direito” contra “os políticos”.
A
violência animalesca desse “esporte” bárbaro se coaduna à perfeição com a
mentalidade daqueles que, ignorando todos os preceitos democráticos, vêm
exigindo, sem amparo jurídico-institucional, o que, caso se materializasse,
configuraria ruptura institucional no país.
Que
se pode esperar de hordas de energúmenos que comparecem em carne e ossos a um
espetáculo bárbaro como esse para ver sangue jorrar?
Que
outra visão da democracia é cabível em mentes tão elementares que se inundam de
endorfina ao contemplarem pele, músculos e ossos se rompendo ao som de gritos de
dor e desespero dos “gladiadores” contemporâneos?
O
UFC e assemelhados não passam de rinhas humanas, como bem caracterizou o
jornalista e escritor Laurez Cerqueira – termo Rinha se refere ao ato de
confrontar animais como galos e cães em área delimitada.
São
essas mentes elementares e perigosas – pelo estupidez e pelo apreço à violência
– que vêm norteando a política brasileira. São pessoas absolutamente desprovidas
de instrução sobre a natureza do regime democrático e que, portanto,
desprezam-no.
Alguém
acredita que tais manifestações políticas nesse evento foram espontâneas? Pois
este que escreve não acredita. Foram feitas em ambiente mais do que propício à
contaminação de um público permeável a esse tipo de estupidez.
A
dimensão do golpismo que se alevanta no país deixa claro que tudo isso não está
ocorrendo de forma espontânea, como tentam fazer parecer. Os recursos para
montar esse aparato golpista são tantos que geram suspeita de que tenham origem
fora do país.
Valer-se
de pessoas que usam os punhos e pés em vez do cérebro para fazer pregações
intelectuais faz todo sentido em um momento como este. A política brasileira,
atualmente, em tudo se assemelha a essas arenas sangrentas. Agora, mais do que
antes.
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