RBS sonegava sem saber. Haja caradura!
Escrito por: Altamiro Borges
Fonte: Blog do Miro
Fonte: Blog do Miro
Descoberta na fraude fiscal, num primeiro momento ela jurou inocência: 'A RBS desconhece a investigação e nega qualquer irregularidade em suas relações com a Receita Federal'. Na semana passada, porém, ela mudou de versão na maior caradura.
A poderosa RBS, afiliada da TV Globo no Rio Grande do Sul e Santa
Catarina e dona do jornal Zero Hora – entre vários outros veículos de
comunicação –, está na berlinda. Ela foi uma das 12 grandes empresas
flagradas pela Polícia Federal subornando conselheiros da Receita
Federal para sonegar impostos. Segundo as provas já coletadas pela
“Operação Zelotes”, ela devia R$ 672 milhões ao Fisco, mas pagou
propinas para se livrar da cobrança. Descoberta na fraude fiscal, num
primeiro momento ela jurou inocência: “A RBS desconhece a investigação e
nega qualquer irregularidade em suas relações com a Receita Federal”.
Na semana passada, porém, ela mudou de versão na maior caradura.
Duda Sirotsky, neto do fundador do grupo e seu atual presidente,
garante agora que a culpa pela fraude fiscal foi de um escritório de
advocacia. Segundo relato do repórter Renan Antunes de Oliveira, o
empresário iniciou na quarta-feira (1) um giro de emergência entre as
filiais da RBS para explicar o escândalo e conter os danos à imagem da
empresa. Para os funcionários de Florianópolis, Duda Sirotsky afirmou
que “a Receita Federal deve estar falando de uma operação que fizemos
com a Telefônica”, supostamente em 2011 – a RBS e a multinacional
espanhola já foram associadas.
“Duda disse aos empregados que o grupo não agiu por mal: ‘Nós apenas
contratamos, inadvertidamente, um dos escritórios de advocacia hoje
identificado como sendo de lobistas que subornavam conselheiros do
Carf’, o que teria dado margem às acusações contra a RBS. Os empregados
ouviram Duda sem questioná-lo. Tudo explicado, ele uniu as duas mãos e
implorou: ‘Por favor, acreditem: eu não sabia de nada’”, descreve o
jornalista Renan Antunes. A cena deve ter sido um bocado patética. Será
que os “repórteres investigativos” do grupo acreditaram na história?
Os veículos da RBS adoram julgar e condenar seus adversários políticos,
sempre posando de paladinos da ética. Durante a gestão de Tarso Genro
(PT), eles se transformaram no principal partido de oposição ao
governador gaúcho. Não deram trégua um segundo, sempre levantando
suspeitas e promovendo intrigas. Agora, a RBS está na berlinda. Caso
ainda haja Justiça no Brasil, os seus proprietários deverão ser
convocados para explicar a milionária sonegação e poderão repetir: “Por
favor, acreditem: eu não sabia de nada”. Será que a afiliada da TV Globo
transmitirá ao vivo o cômico julgamento? O jornal Zero Hora estampará
mais uma de suas manchetes sensacionalistas?
Em tempo: O sempre antenado Fernando Brito, do blog “Tijolaço”,
apimentou ainda mais este escândalo. Ele descobriu que Armínio Fraga, o
mentor neoliberal dos tucanos, tem fortes ligações com o império
sonegador de impostos. “É que a RBS tem um sócio especializado,
justamente, em operações financeiras: a Gávea Investimentos, de Armínio
Fraga, ex-quase-futuro Ministro da Fazenda de Aécio Neves. Em 2008,
Fraga comprou 12,6% do capital do grupo gaúcho, por valor não revelado.
Passou a ser, portanto, beneficiário direto de anulação de débitos
fiscais”. E não são “debitinhos”, não. R$ 672 milhões é mais que todo o
ativo da holding RBS Participações apurado em suas demonstrações
contábeis de 2013”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário