quarta-feira, 9 de julho de 2014

PATRIMÔNIO SUSPEITO.

Patrimônio de deputados aumenta na comparação com eleição anterior

Dados do TSE mostram que a maioria dos candidatos à reeleição na Câmara enriqueceu

O DIA
Rio - A maioria dos candidatos à reeleição para deputado federal no Rio enriqueceu, de acordo com o patrimônio declarado por eles à Justiça Eleitoral. Os dados estão disponíveis no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Leonardo Picciani (PMDB) teve o patrimônio aumentado em 435%, saltando de R$ 1, 35 milhão declarados, em 2010, para R$ 7,25 milhões
Foto:  Reprodução
Mesmo antes do pleito, já se sabe que dos 46 deputados federais do Rio, quatro não voltarão a se eleger para a Câmara. Anthony Garotinho (PR), Liliam Sá (Pros) e Romário (PSB) concorrerão a outros cargos nestas eleições. Inconformado com a aliança com o PT, Alfredo Sirkis, do PSB, desistiu da disputar a reeleição à Câmara. 
Entre os que tentarão um novo mandato, a maior evolução de patrimônio foi do deputado federal Miro Teixeira (Pros), cujo crescimento foi de cerca de 2.760% em quatro anos. Em 2010, ele declarou possuir quase R$ 165 mil. Este ano, declarou R$ 4,709 milhões. Entre os bens adquiridos recentemente estão um apartamento em Ipanema, no valor de R$ 805 mil e uma casa em Angra dos Reis por R$ 680 mil. O aumento do patrimônio não representa nenhuma irregularidade.
Terceiro deputado federal mais votado do Rio em 2010, Leonardo Picciani (PMDB) teve o patrimônio aumentado em 435%, saltando de R$ 1, 35 milhão declarados, em 2010, para R$ 7,25 milhões. Nesse período, o valor das ações da empresa de agropecuária Agrobilara, de propriedade da família, saiu de R$ 712 mil para R$ 6,67 milhões. O parlamentar explicou que possui 20% das ações da firma, que expandiu suas atividades em Minas Gerais, onde está a sede, e que houve uma “redistribuição do valor das cotas”. 
“Na outra eleição, Garotinho escreveu sobre isso no blog dele, mas não tem nada demais. Está tudo documentado e compatível com o meu imposto de renda”, disse.
Eleito com mais de 120 mil votos em 2010, Jair Bolsonaro (PP) também enriqueceu. Seu patrimônio aumentou cerca de 150%, saindo R$ 826 mil para R$ 2,074 milhões. Entre os novos bens, estão um micro-ônibus de R$ 89 mil e uma motocicleta náutica de R$ 46 mil. Parlamentares como Sergio Zveiter (PSD), Jean Wyllys (Psol) e Jandira Feghali (PCdoB) tiveram aumento de 369%, 222% e 139%, respectivamente.
Garotinho tem a maior variação na declaração de bens
Garotinho foi aquele que apresentou maior variação de patrimônio entre os candidatos ao governo do estado: com variação de cerca de 378% em relação a 2010, saltando de R$ 80 mil para R$ 303,5 mil. Entre os outros candidatos, houve redução patrimonial: a maior delas foi a do atual governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB), que saiu de R$ 271 mil para R$ 252 mil, queda de 7%. Lindberg Farias (PT) e Marcelo Crivella (PRB) reduziram 2,8% e 1% de seus patrimônios, respectivamente.
Entre os vices, o senador Francisco Dornelles (PP), da chapa de Pezão, foi o que mais enriqueceu. Em 2006, quando se elegeu para o Senado, declarou a posse de R$ 5,127 milhões. Desta vez, indicou R$ 11, 345 milhões, aumento de 121%. Entre os novos bens, obras de arte e dois carros no valor de R$ 60 mil.
A declaração de bens de Roberto Rocco, do PV, vice de Lindberg Farias (PT), é curiosa. Na lista divulgada pelo TSE, consta apenas um carro, ano 1998, no valor de R$ 10 mil.

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