GLOBALIZAÇÃO E PRIVATIZAÇÃO FMI E O CONSENSO DE WASHINGTON PARA AS NAÇÕES EMERGENTES NA AMÉRICA LATINA - ABRIL DE 1990
Geólogo João Victor Campos
Ex-Presidente da AEPET
Resumo
da publicação da REVISTA EIR- Executive Intelligence Review, edição de
15/03/1983, economista Lindon Larouche, autor do livro "El Complot para
Las Nacciones de Ibero-América", Editora EIR
Desde
o início do século XX, autoridades públicas e figuras bem posicionadas
na política e na economia de países do chamado Primeiro Mundo não
escondem o seu entendimento no sentido de caber a esses países, por
assim dizer, o direito moral à fruição dos recursos naturais existentes
nos territórios sob a soberania formal dos povos “menos civilizados” —
nós, brasileiros, entre tais povos, em posição de realce.
Essa
arrogante elite dos países mais industrializados e tipicamente
capitalistas não se limita a dar a público, sem qualquer
constrangimento, os seus conceitos e os seus propósitos expansionistas:
vai muito além, trabalhando com afinco para converter suas pretensões em
realidade, sem atenção aos sacrifícios e às humilhações reservados às
nações postas sob mira.
Eis
algumas amostras de como as coisas acontecem, cabendo assinalar que
tudo é feito, o mais possível, simultaneamente, para ficar enormemente
dificultada, com a abertura de numerosos e diversificados pontos de
enfrentamento, a articulação da resistência patriótica, essas foram as
exigências do Consenso de Washington e FMI ao MÉXICO, ARGENTINA e
BRASIL, aceitas por políticos lesa-pátrias, signatários desse
"consenso": srs Miguel Della Madrid e Salinas, Menen e Cavallo e
Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso na década de 1990,
todos signatários desse deastrosos programa de desestabilização nos
países em desenvolvimento na América Latina:
a)
ampliação exageradíssima da dívida externa, seguida de cobranças
intransigentes, para inviabilizar por completo a firme resistência em
mesas de negociação;
b) substituição
dos títulos externos de crédito bancário por títulos internos de ativos
empresariais e por concessões para a exploração de recursos naturais e a
execução de serviços públicos;
c) imposição de restrições às importações e às exportações direcionadas para o enfraquecimento da economia;
d)
imposição de privatizações indiscriminadas, para abrir as empresas ao
capital estrangeiro, com os efeitos, também visados, da redução da
receita industrial do Estado e da oneração dos balanços de pagamento;
e)
imposição da outorga constitucional de autonomia ao Banco Central para
que ele se torne, com tal atributo, cegamente obediente às ordens vindas
de fora, convertendo-se também em instrumento eficaz na utilização do
fantasma da inflação como argumento ad terrorem a serviço da renúncia, pela nação dominada, ao pleno e soberano exercício da fundamental prerrogativa da emissão de moeda;
f)
imposição de outorga a estrangeiros de concessões para a exploração das
jazidas de petróleo e de outras riquezas naturais não renováveis;
g)
divulgação permanente da tese da Amazônia como patrimônio da humanidade
e, assim, imune aos efeitos da soberania política dos países em cujos
territórios ela se situa, à semelhança do que ocorre com os imóveis onde
se localizam as representações diplomáticas;
h) imposição da assinatura de atos formais com reconhecimento implícito do status denação a
populações diminutas e heterogêneas de nativos espalhados por extensões
territoriais imensas, como medida preparatória de grande eficácia para a
oportuna declaração internacional da soberania política dessas mesmas
populações diminutas e heterogêneas sobre as vastas e riquíssimas
regiões que estariam, por suposto, ocupando muito organizadamente;
i) imposição da livre transferência para estrangeiros da posse ou de titulo de propriedade, legítimos ou não, de terras rurais;
j)
imposição da presença de “Organizações Não Governamentais” estrangeiras
com missões específicas de espionagem e catequese antipatriótica junto
às aldeias indígenas na Reserva Raposa Serra do Sol (em Roraima onde se
concentram 95% do total de jazidas de metais nobres do planeta: nióbio,
titânio, ouro e Irídio);
k)
imposição da revisão da legislação trabalhista, com perdas de
conquistas importantes e consequente redução da capacidade de luta das
classes trabalhadoras;
l)
imposição da indexação pluralizada e irrealísta da inflação (tripé
inflação-câmbio-salário defendido pelos ortodoxos), voltada para o
aviltamento dos salários e o consequente atrofiamento da força de
trabalho (desemprego), a par de outros efeitos igualmente cruéis e
extremamente nocivos aos trabalhadores e à economia geral do país;
m)
imposição do flagelo da terceirização da mão-de-obra, que agride
brutalmente o empregado na sua moral e no seu moral, aviltando e
desqualificando, progressivamente, a força de trabalho do país, além de
inviabilizar a formação ou a conservação do saudávelesprit de corps no universo do funcionalismo das empresas estatais;
n) imposição do cancelamento de projetos industriais de grande alcance tecnológico;
o) imposição da criminalização das manifestações da resistência patriótica;
p)
basicamente, imposição do comprometimento da eficiência, da autoridade e
do prestígio das forças armadas (no plano material, por meio do
enxugamento das verbas para a manutenção e o aprimoramento tecnológico
dos equipamentos e instalações; no plano moral, por meio do aviltamento
dos soldos, da submissão dos militares de carreira ao comando rotineiro
de civis e da celebração de acordos de cooperação estratégica com nações
dotadas de poderio bélico incomparavelmente maior e que, bem
analisados, denunciam-se como manifestações de consentimento cordial
para a invasão militar).
COMENTÁRIOS DO PLEBISCITOS REVOLUCIONÁRIOS CONTRA O CONSENSO DE WASHINGTON
As autoridades públicas e as figuras de escol na política e na economia
das superpotências industriais do mundo tipicamente capitalista, às
quais o texto de João Victor Campos alude, compõem um organismo informal
difuso, imperceptível aos olhos menos atentos e só aparentemente
desaparelhado e inócuo. Em verdade, seus múltiplos e díspares órgãos se
acham entre si ajustados a ponto de conseguirem manter hibernados
colossais conflitos de interesses, em prol do objetivo maior da
usurpação, para ulterior partilha em disputas intestinas, dos
recursos sob a soberania das nações militarmente vulneráveis, com grande
probabilidade de se tornarem muitos desses recursos naturais, em futuro
próximo, dramaticamente escassos.
Tão só para comodidade de exposição e leitura, conferimos a esse
organismo informal gigantesco, que consegue conciliar muito firmemente
os propósitos ambiciosos com a fria e paciente estratégia, a
denominação Cartel Imperialista Multinacional, desmembrado em alguns outros, entre os quais o Cartel Imperialista Multinacional dos Banqueiros, o Cartel Imperialista Multinacional do Petróleo e o Cartel Imperialista Multinacional da Amazônia.
UMA VISÃO ABRANGENTE DO QUE ESTÁ
ACONTECENDO À NOSSA PÁTRIA
João Victor Campos
COUNCIL ON FOREIGN RELATIONS
Nos Estados Unidos, após a Primeira Guerra Mundial, foi organizado o chamadoCouncil on Foreign Relations (Conselho de Relações Exteriores), voltado para a implantação de um governo mundial. Esse grupo detinha o controle absoluto dos meios de comunicação de massa, formado pelos veículos de persuasão então disponíveis, a saber, imprensa escrita, rádio, indústria cinematográfica e televisão.
CLUBE BILDERBERG
Em
1954, surgiu em cena o Clube Bilderberg, na Holanda, também voltado
para a formação de um organismo único, capaz de concretizar a hegemonia total, com base num governo mundial, alicerçado numa economia global e numa religião global.
A nata que constituiu o Conselho Diretivo do Clube foi formada por banqueiros, industriais, donos de meios de comunicação de massa,
membros de famílias reais europeias, presidentes, primeiros ministros,
secretários de Estado, lideranças militares e outras personalidades, que
realizaram reuniões anuais com o objetivo de encontrar os caminhos para
a chegada a um Governo Mundial Secreto.
O
Conselho Diretivo desse Clube teria um número máximo de delegados,
sendo 2/3 compostos por europeus e o restante 1/3 por representantes dos
EUA e do Canadá.
Foram
dois os objetivos imediatos fixados pelo Clube Bilderberg: o primeiro,
consistente na articulação da elite econômica e política do Mundo
Ocidental para fazer face ao avanço do comunismo no século XX; o segundo
(hoje considerado de maior prioridade, devido à implosão do Bloco
Soviético), consistente no que se convencionou chamar Teoria da Conspiração, voltada para a completa dominação do planetaexercida por meio de um Governo Mundial.
O
segundo objetivo seria alcançado com a utilização da Organização das
Nações Unidas (ONU), fazendo-a tender para a construção de uma nova ordem mundial, dotada de moeda, forças armadas e religião comuns e a serviço da quebra da espinha dorsal da soberania das
nações emergentes e das nações subdesenvolvidas, especialmente aquelas
detentoras de reservas estratégicas, com fartura de recursos minerais,
água e biodiversidade — o Brasil colocado em primeiro plano.
COMISSÃO TRILATERAL
A chamada Comissão Trilateral foi
fundada em 1973 pelo Sr. David Rockefeller para reunir, principalmente,
os banqueiros da Europa, dos EUA e do Japão. A composição de tal grupo
deixa antecipadamente explicada a imensa influência que ele veio a ter
na economia e na política mundiais, principalmente depois que evoluiu
para o que oPlebiscitos Revolucionários designa como sendo o Cartel Imperialista Multinacional dos Banqueiros — ramificação do Cartel Imperialista Multinacional gerado pelo Diálogo Interamericano, a ser focalizado linhas adiante.
RELATÓRIO KISSINGER
Em
10.12.74, o Conselho de Segurança Nacional dos EUA emitiu o Memorando
de Estudo de Segurança Nacional — NSSM-200, também conhecido como
Relatório Kissinger. Trata-se de um documento que expõe, explicitamente,
uma estratégia pela qual os EUA promoveriam, de forma agressiva, o
controle populacional dos países em desenvolvimento, para o fim de
assegurar-se cômodo acesso às riquezas naturais desses mesmos países.
Preocupado
com a proteção dos interesses comerciais dos EUA, o Relatório Kissinger
cita alguns dos fatores capazes de interromper o fluxo contínuo de
matérias primas oriundas dos países menos desenvolvidos. Entre esses
fatores, acha-se a grande população da juventude anti-imperialista, a
qual, de acordo com o Relatório, deve ser limitada pelo controle
populacional. O documento indica 13 nações, o Brasil entre elas, que
iriam merecer as atenções iniciais dos EUA no exercício das atividades
de controle populacional.
OBSERVAÇÕES SOBRE O RELATÓRIO KISSINGER
O
controle populacional de que o Relatório Kissinger se ocupa pode
parecer fantasioso. Mas existe uma constatação que bem poderia mudar
esta primeira impressão. É que as frequentes campanhas de vacinação em
massa têm sido feitas entre nós com resultados muito satisfatórios, em
contraste com a acentuada e costumeira ineficiência da administração
pública burocrática do País. É para ficarmos intrigados com essa tão
surpreendente eficiência na vacinação em massa, uma vez que, segundo
fontes fidedignas, existem vacinas muito apropriadas para a inoculação
de componentes esterilizantes.
DIÁLOGO INTERAMERICANO
Aproveitando
o aparente caos político e institucional na América Latina, em seguida à
Guerra das Malvinas e à crise da dívida externa, ambas consumadas em
1982, o imperialismo multinacional se moveu rapidamente para ampliar sua dominação econômica e política na região.
Em junho, julho e agosto de 1982, foram organizados três seminários
para debater as repercussões da Guerra das Malvinas nas relações
interamericanas, sob os auspícios do Centro Internacional para
Acadêmicos Woodrow Wilson, uma espécie de banco de cérebros, com sede em
Washington. Desses seminários surgiu a concepção do Diálogo
Interamericano e, de outubro de 1982 a março de 1983, o Centro
patrocinou uma série de reuniões já dentro de tal ideia, nas quais 48
delegados da América Latina, a título pessoal, debateram um longo
temário.
A
fundação do Diálogo Interamericano se deu em 15 de outubro de 1982 e
contou com a presença do então Secretário de Estado, Sr. George Shultz, e
do Subsecretário de Estado para Assuntos Interamericanos, Sr. Thomas
Enders.
O
Sr. Fernando Henrique Cardoso subscreveu a ata de fundação do Diálogo
Interamericano, devendo, portanto, ser incluído entre os entusiastas da
iniciativa.
De aí em diante, o Diálogo Interamericano passou a reunir-se a cada período de dois anos.
O
Cartel Imperialista Multinacional dos Banqueiros dedicou-se, então, à
agenda que lhe iria garantir o recebimento da dívida externa dos países
do Terceiro Mundo pelo modo que havia sido planejado (dívida externa essa cujo crescimento descomunal ele próprio promovera ardilosa, implacável e impiedosamente).
Na
linha da estratégia traçada pelo Diálogo Interamericano, o Fundo
Monetário Internacional – FMI obrigou um Brasil no limiar da
insolvabilidade a pôr em prática, entre outras medidas do mesmo gênero,
após o ano de 1985:
1 — redução das importações em 17,5%;
2 — destruição em 20% da força de trabalho brasileira;
3 — completa e escamoteada indexação para baixo nas mudanças no sistema de revisão do valor dos salários;
4 — cancelamento dos projetos industriais de tecnologia avançada;
5 — eliminação de US$10 bilhões no crédito subsidiado para a agricultura;
6 — estímulos aos investidores estrangeiros para a compra e controle de empresas públicas e privadas brasileiras;
7 — redução, quanto possível, da explosão demográfica;
8
— imposição de condições preparatórias da privatização de empresas
estatais, inclusive as lucrativas indústrias brasileiras de mineração,
de hidroeletricidade e outras fontes de energia e de siderurgia.
OBSERVAÇÕES SOBRE A PRIVATIZAÇÃO
DA PETROBRÁS
A
Petrobrás ficou, inicialmente, excluída da privatização, em razão de
estar protegida pelo monopólio estatal. Mas, em 1990, foi objeto de um
memorando preparado e entregue ao nosso governo pelo C. S. First Boston
(Credit Suisse First Boston) intitulado "Preliminary Ideas on the Development of a Master Plan for Privatization",
onde se dizia: “importantes resultados e recursos de capital podem ser
obtidos pela via das privatizações a nível de subsidiárias, tendo como
candidatas óbvias as empresas Petroquisa e Petrofértil.”
Nos
governos do Sr. Fernando Henrique Cardoso a Petrobrás só não foi levada
a leilão devido à resistência popular. Mas diversas iniciativas
voltadas para a privatização foram tomadas quando estiveram na
presidência da empresa os Srs. Henri Philipe Reishsstul e Francisco
Gross, com um passo audacioso tendo sido então dado: a venda de grande
parte das ações da Companhia na Bolsa de Nova York. Se fossem válidas
essas alienações, — hipótese admitida apenas para argumentar — a
Petrobrás se apresentaria hoje como uma empresa transnacional.
DEBIT-FOR-EQUITY
A
estratégia dos bancos começou a se materializar a partir de uma reunião
em Vail, Colorado, USA, em agosto de 1983, quando o então consultor da
empresa Kissinger & Associates e diretor do Banco Morgan Guaranty,
Sr. Alan Greenspan (que viria a se tornar presidente do FED, o Banco
Central dos EUA), expôs as linhas básicas da nova
política dos bancos: converter os títulos da dívida externa em poder
dos bancos em “títulos de posse de ativos nas nações devedoras”.
Na reunião, foi diagnosticado ter chegado a hora de suspender totalmente a concessão de novos créditos bancários aos países do Terceiro Mundo, para obrigar seus governos à adoção do esquema recomendado, o qual ficou conhecido como Debit-for-Equity (Dívida por Ativos).
Palavras
do Sr. Greenspan: — … “está claro que, em lugar dos tradicionais
empréstimos bancários privados, deve haver um grande número de
investimentos diretos e acessos aos mercados de ações dos países menos
desenvolvidos. Não podemos continuar a colocar dívida nova nos moldes
tradicionais, porque isto cria situações críticas de pagamentos que os
devedores não podem cumprir, o que constitui uma causa principal da
atual crise da dívida. Com os ativos, tais situações não existem… Devemos converter dívidas em ativos… Esses países devedores têm saldos de exportação ematérias primas;
o problema é: de que forma os credores teriam acesso aos ativos?
Devemos ter formas de pagamento que não estejam especificamente
relacionadas aos próprios limites de pagamento da dívida, mas aos
futuros rendimentos das exportações e da exploração das
matérias-primas”.
A
Sr.ª Margareth Tatcher, a “Dama de Ferro”, sintetizou tudo isto de um
modo bastante claro, fazendo uso das seguintes e terrificantes palavras:
— “Se
os países subdesenvolvidos não conseguem pagar suas dívidas externas,
que vendam suas fábricas, suas riquezas, seus territórios.”
A propósito desse atordoante ultimatum,
é de ser registrado que o México fez pagamentos em petróleo, com a
consequência desastrosa de quase exaurir suas reservas, as quais
passaram de 50,78 bilhões de barris em 1995 para 12,62 bilhões de barris
em 2003.
No Brasil, o Cartel Imperialista Multinacional dos Banqueiros atuou com grande desenvoltura junto à Assembleia Nacional Constituinte, onde um ativo lobbyna
Subcomissão da Ordem Econômica esteve a ponto de impor muitas das suas
recomendações, como foi revelado num memorando especial da revista Executive Intelligence Review (EIR), em junho de 1987.
Com
toda certeza, porém, o Cartel Imperialista Multinacional dos Banqueiros
conseguiu ir muito além daquilo que havia inicialmente planejado, sem
então contar com o nível assustador de corrupção que se havia
estabelecido nas três esferas do Poder em nosso País. Ninguém que esteja
seriamente preocupado com o futuro da Pátria Brasileira deixará de se
encolerizar diante do que está meticulosamente e documentadamente
narrado e explicado em impressionante estudo sob o título Anatomia de uma fraude à Constituição, de autoria de Adriano Benayon e
Pedro Antônio Dourado de Rezende, agosto de 2006, concentrado no art.
166 da Constituição. Entre as outras conquistas do Cartel Imperialista
Multinacional dos Banqueiros possibilitadas pelo referido nível
altíssimo de corrupção acha-se o art. 164, com consequências, já por quase três décadas, ainda mais nefastas para a Pátria Brasileira.
No
encontro de Vail, foi escolhido o Fundo Monetário Internacional (FMI)
como executor da estratégia de impor políticas econômicas de austeridade
e submissão com a finalidade de “espremer” os governos dos países devedores e abrir caminho para asreformas financeiras e bancárias necessárias ao funcionamento do esquema.
Os
apertos financeiros aplicados ao Brasil, à Argentina e ao México
deveriam ajustar-se aos pacotes do FMI, para ser alcançado o objetivo do
estabelecimento da Nova Ordem Mundial, ou seja, a globalização da economia após os governos militares.
Estranhíssima
e ironicamente, a falsa dívida externa do Brasil, que estava próxima de
90 bilhões de dólares em 1982, foi para 180 bilhões de dólares em 1992 e
chegou a 240 bilhões de dólares em 2000, apesar da entrega aos credores
de importantes empresas estatais.
A
detonação da dívida pelo FMI deu origem à campanha da privatização das
estatais, tendo merecido grande atenção inicial a Companhia Vale do Rio
Doce e as empresas de hidroeletricidade, deixando-se a tentativa de
privatização da Petrobrás para ser feita na conformidade de um plano
mestre, o qual seria mais adiante apresentado (oMaster Plan for Privatization, do C. S. First Boston).
A
confissão da dívida e a assunção de todos os compromissos decorrentes
da política da globalização ficaram constando de uma Carta de Intenção
entregue ao FMI com a assinatura do Sr. Fernando Henrique Cardoso, na
qualidade de Chefe Supremo da Nação Brasileira.
A privatização da Companhia Vale do Rio Doce teve absoluta prioridade, pois foi logo constatado que poderia
ser conquistada com um lance de 3,3 bilhões de dólares, quando o
patrimônio da Empresa já se achava criteriosamente avaliado em cerca de 5
trilhões de dólares.
Também
a nossa gigantesca e estratégica rede de hidroeletricidade foi incluída
na lista de prioridades, por ser o mais eficiente modelo de matriz
energética, sem similar no mundo. Em 1982, 90% da energia brasileira era
produzida em hidro sistemas de baixíssimo custo, tendo despertado, em
razão disto, o especial interesse dos investidores estrangeiros e do
Cartel Imperialista Multinacional dos Banqueiros.
O PROJETO ANTIMILITAR DE FHC E WASHINGTON
Na
reunião de 1988 do Diálogo Interamericano, em Washington, com a
organização já acrescida de novos membros, foram acordadas as políticas e
estratégias a serem adotadas para a completa dominação da América Latina e do Caribe.
A divulgação desse evento consistiu num breve documento sem pormenores,
em função da gravidade dos assuntos tratados e da consequente
necessidade de sigilo. Todavia, no livroO Complô (EIR, 1993, pág. 100) acha-se esta revelação: — “O traço marcante do relatório de 1988 do Diálogo Interamericano é o seu virulento ataque aos militares latino-americanos.”
O
Diálogo Interamericano, em 1988, tinha setenta participantes, dentre os
quais se destacavam, como personalidades brasileiras, o Sr. Fernando
Henrique Cardoso, ex-presidente do Centro Brasileiro de Análise e
Planejamento (CEBRAP), financiado pela Fundação Ford, o Sr. Celso Lafer, Ministro do Desenvolvimento, e o Sr. Roberto Civita, presidente da Editora Abril.
Na
reunião de 1992, o Diálogo Interamericano veio a contar também com a
presença do Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, como convidado do Sr.
Fernando Henrique Cardoso. Foi debatida a situação dos militares
latino-americanos, contrários à transformação do território dos seus
países em imensas fazendas exportadoras de matérias primas e de produtos
semimanufaturados e desvalorizados.
A
grande preocupação dos países ricos deixou de se concentrar no combate
aos movimentos comunistas (que, após o fim da guerra fria, já não eram
considerados tão perigosos), passando a ser com as ações dos militares latino-americanos em defesa das respectivas soberanias nacionais.
Em
fins de 1986, o Diálogo Interamericano aprovou um projeto que resultou
na publicação, em 1990, do Manual Bush, uma obra antimilitar, que
sugeria uma guerra econômica contra os militares latino-americanos,
assinalando que “o nível de recursos destinados aos militares” deveria
ser questionado e alterado, como uma das formas mais eficazes de “conter a influência das Forças Armadas nos países ao sul do Rio Grande” (fronteira com o México). Defendia também a substituição das forçasarmadas dos países subdesenvolvidos, notadamente os da América Latina, por forças regionais de defesa, com a denominação de Força Interamericana de Defesa.
O
Sr. Fernando Henrique Cardoso, que, em 1982, como dissemos, fez parte
do grupo fundador do Diálogo Interamericano, foi quem, a partir de 1995,
em atendimento a essa política antimilitar para os países ibero-americanos, deu início ao sucateamento programado das nossas Forças Armadas, o qual até hoje persiste, pondo em grande risco a segurança da nossa Pátria.
O
Sr. Fernando Henrique Cardoso também se curvou às recomendações feitas
pelo Secretário de Defesa dos EUA, Sr. William Perry, quando de sua
visita ao Brasil, em 1995, recomendações essas assim noticiadas pelo
jornal O Globo, edição de 08/05/1995:
“O
Governo dos EUA quer que as Forças Armadas de cada país passem a ser
lideradas por um Ministro da Defesa que seja civil. A liderança civil
dos sistemas de defesa fortalece tanto a democracia quanto as próprias
Forças Armadas. Nós vamos incentivar isso, assim como a ideia de que
haja uma transparência cada vez maior no intercâmbio de informações militares entre as três Américas”.
O
historicamente comprometido Presidente da República Sr. Fernando
Henrique Cardoso deu pleno atendimento à primeira ordem, criando, pela
Lei Complementar 97/99 — imposta ao já então completamente desmoralizado e subserviente Congresso Nacional —
o Ministério da Defesa. Essa lei tirou por completo a possibilidade de
interferência que os antigos ministros militares tinham nas decisões do
Governo. Converteu-os a todos em chefes permanentemente aturdidos e
desprestigiados na caserna, por obra de um princípio da hierarquia e
disciplina inteiramente desvirtuado, forjado pela Legião
Colaboracionista, o qual, só recentemente e enfim, foi posto sob altiva
crítica nos meios castrenses. É o que se vê da conferência proferida
pelo General Augusto Heleno Ribeiro Pereira, então Comandante do
Exército na Amazônia, na primeira e histórica reunião do seminário “Brasil, ameaças à sua soberania”,
proferida, em 16/04/2008, no Clube Militar do Rio de Janeiro, presentes
no auditório lotado o General Luiz Cesário da Silveira Filho, então
Comandante Militar do Leste, e o General Mario Matheus Madureira, então
Chefe do Estado Maior do Comando Militar do Leste, além de importantes
figuras de oficiais superiores da Ativa e da Reserva, em grande número,
tendo o conferencista se apresentado em uniforme de campanha da mata.
O cumprimento da segunda ordem, no sentido de haver “uma transparência cada vez maior no intercâmbio de ações militares entre as três Américas”,
ainda não está consumado. Mas houve um grande avanço nessa direção
consubstanciado na assinatura, de um lado, pelo Sr. Nelson Jobim, como
ministro da Defesa do Governo Brasileiro, e, de outro lado, pelo Sr.
Robert Gates, como Secretário de Defesa dos Estados Unidos, do “Acordo sobre a cooperação em matéria de Defesa”.
A formalidade da assinatura do acordo ocorreu em Washington, em
12/04/2010, estando o Sr. Nelson Jobim acompanhado da Sra. Dilma
Rousseff, então Chefe da Casa Civil do Governo Brasileiro.
COMENTÁRIO DO PLEBISCITOS REVOLUCIONÁRIOS
SOBRE O ACORDO MILITAR
Mostra-se absolutamente injustificável que a prática de um ato de tal modo comprometedor da Honra Nacional
e da Soberania Política da Pátria Brasileira tenha ficado a cargo de
pessoas com biografias moralmente tão negativas como a do Sr. Nelson
Jobim e a da Sra. Dilma Rousseff. Até por uma questão de decoro, de
recato, o descuido não poderia ter acontecido. A diplomacia indica que,
em casos de transcendental importância, os aspectos morais têm de ser
levados em alta conta.
CONSENSO DE WASHINGTON
O
que se denomina informalmente “Consenso de Washington” é o resultado de
uma reunião havida na capital dos EUA, em novembro de 1989, entre
funcionários do Governo Norte-Americano e organismos financeiros internacionais ali
sediados — Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial e Banco
Interamericano de Desenvolvimento — para ter-se uma lúcida avaliação
das reformas econômicas a serem implantadas nos países da América Latina.
Estiveram presentes diversos economistas latino-americanos e
funcionários de diversas entidades internacionais envolvidas com a
América Latina.
Embora
com formato acadêmico e sem caráter deliberativo, o encontro propiciou
oportunidade para a coordenação de ações por parte de entidades com
importante papel nas reformas preconizadas. Por isto, apesar da sua
natureza informal, acabou por se revestir de significação maior que a de
muitas reuniões oficiais no âmbito dos foros multilaterais regionais.
A avaliação objeto do Consenso de Washington abrangeu dez temas:
1 — disciplina fiscal;
2 — priorização dos gastos públicos;
3 — reforma tributária;
4 — liberalização financeira;
5 — regime cambial;
6 — liberalização comercial;
7 — investimento direto estrangeiro;
8 — privatização;
9 — desregulação;
10 — propriedade intelectual.
Tudo sendo feito no pressuposto sabidamente falso do mercado
auto-regulador nas relações econômicas internas e externas.
Dos
tecnocratas nomeados pelo Sr. Fernando Henrique Cardoso em seu primeiro
mandato presidencial, para a implementação do Plano Real (Srs. Pedro
Malan, Pérsio Arida, Edmar Bacha, Gustavo Franco e Bresser Pereira e
Sra. Eliana Cardoso, entre outros), vários deles fizeram parte do grupo
que participou da reunião em Washington, em 1989, durante a qual foi
realizada a análise do diagnóstico da situação do Brasil elaborada pela
Sra. Eliana Cardoso e pelo Sr. Daniel Dantas (preso por duas vezes
seguidas e logo liberado pelo Supremo Tribunal Federal, possivelmente em
razão de saber muitas coisas).
ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS
O
Sr. David Rockefeller, numa das primeiras reuniões do Diálogo
Interamericano, em 1982, disse, com extraordinária argúcia e
surpreendente honestidade: — “Quemdominar a Companhia Vale do Rio Doce dominará a Amazônia.”
Não é, pois, sem motivo que os países do Primeiro Mundo põem
tanto empenho em assegurar felicidade aos brasileiros índios, mandando
para junto deles várias ONGs estrangeiras com as missões de espionagem e
catequese antipatriótica e se revelando muito versados nos assuntos
ligados às reservas Ianomame e Raposa Serra do Sol, no Estado de Roraima
(a região é muito rica em minerais de altíssimo valor estratégico,
entre eles os cobiçadíssimos manganês, urânio e nióbio).
Entre
os mais vivos interessados em tudo o que se relaciona com a Amazônia
Brasileira se insere, com lugar de honra, a Realeza Britânica,
representada pelo Príncipe Charles.
RESERVA RAPOSA SERRA DO SOL E O PETRÓLEO BRASILEIRO
A
presença do Príncipe Charles no Brasil, precisamente quando a Suprema
Corte de Justiça do nosso País se ocupava de questões ligadas a reservas
indígenas, constitui um desafio ao brio patriótico do Povo Brasileiro,
da criança de três anos ao ancião centenário, do mais humilde
trabalhador braçal ao mais consagrado intelectual, do recruta ao oficial
general, sem exceção admissível. Principalmente quando se considera que
Sua Alteza está entre os que, lá fora, lá em cima, falando de cima para
baixo, propugnam a balcanização da Amazônia e
já se acham em desleal, descontraída, arrogante e ilegal ocupação de
glebas imensas nessa nossa Região riquíssima, portentosa, majestosa,
deslumbrante, para a qual já foi por nós planejado, com muita devoção e
muito carinho, sempre atentos às informações e recomendações do
Contra-almirante Roberto Gama e Silva*, um tratamento pioneiro que irá
fascinar ainda mais toda a humanidade em paz com a consciência
ecológica.
* Seus importantíssimos livros SÃO MESMO NOSSOS OS MINERAIS NÃO ENERGÉTICOS? — A quinta-coluna no setor mineral (1985), O ENTREGUISMO DOS MINÉRIOS (1988) e OLHO GRANDE NA AMAZÔNIA BRASILEIRA (1989).
COMENTÁRIOS DO PLEBISCITOS REVOLUCIONÁRIOS
SOBRE A ESTRATÉGIA E A ATUAÇÃO DO CARTEL
IMPERIALISTA MULTINACIONAL NO BRASIL
O
CARTEL IMPERIALISTA MULTINACIONAL, A LEGIÃO COLABORACIONISTA
BRASILEIRA, A MÍDIA BRASILEIRA E A RESISTÊNCIA PATRIÓTICA BRASILEIRA
A
providência-mestre do Cartel Imperialista Multinacional consistiu em
estruturar a Legião Colaboracionista Brasileira, formada por pessoas
oficial e respeitosamente tratadas como titulares da cidadania
brasileira, mas por conta de prestar a melhor colaboração aos inimigos
da Pátria, em troca de vantagens que vão dos pagamentos em dinheiro aos
mimos às vaidades frívolas exacerbadas.
Na
Legião Colaboracionista Brasileira — e nas alturas da hierarquia —,
insere-se a elite colaboracionista detentora, operadora e controladora
dos meios de comunicação de massa, ou seja, a elite colaboracionista
detentora, operadora e controladora dos componentes materiais e humanos
usados na formação da opinião pública brasileira. Portanto, a elite
colaboracionista usurpadora da Mídia Brasileira.
Ficou
cabendo à elite colaboracionista usurpadora da Mídia Brasileira, como
principal missão, manter acuado, sob o temor da condenação moral pela
sociedade como um todo ou pelos grupos sociais de que façam parte, os
mais habilitados a contribuir eficazmente para o êxito da Resistência
Patriótica. E a sua melhor atenção se voltou, obviamente, para as nossas
Forças Armadas, as quais, em grande parte, conseguiu manter sob
mordaça, afastando-as, por muito tempo, do processo decisório nacional,
fazendo-as cautelosas em se manifestar sobre as agressões de que o País
tem sido vítima, para não desabarem sobre elas montanhas inteiras de
calúnias e infâmias.
Ocorre
que essa desenvolta elite colaboracionista acabou por queimar os
próprios navios. Não resistiu à tentação de visar à Instituição — o que
já constituía uma temeridade — e àqueles que a encarnam. Atreveu-se a
visar também à pessoa física do militar brasileiro, à figura humana do
militar brasileiro, retratando-a para a sociedade como capaz dos piores
crimes e a eles propensa. E, em sua empolgação, foi demasiadamente
longe, não mais podendo voltar atrás e bater impunemente em retirada,
pelos grandes e irreversíveis males que causou às Forças Armadas e ao
País.
Realmente,
a verdade acabou prevalecendo e o objetivo ambicioso não foi alcançado.
Algumas reações vieram, as avalanches de injúrias e calúnias se
precipitaram com toda fúria, represálias cruéis foram consumadas e toda a
brutalidade empregada não foi suficiente para gerar a esperada
desaprovação coletiva, em lugar desta tendo emergido, maravilhosamente,
uma solidariedade e um carinho ainda maiores dispensados às nossas
Forças Armadas e aos nossos militares justamente por qu
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