domingo, 24 de maio de 2015

A ESQUERDA QUE A DIREITA AMA....PSOL.

A esquerda que a direita ama
Quem são os direitistas do Psol?
Financiamento da Gerdau? A favor das UPPs? Contra o direito das mulheres? De quem falamos quando dizemos que o Psol está cheio de direitistas?

 Diversão de 8 a 80 anos
 (Foto: retirado da internet)
Para falar do Psol é preciso falar de seus representantes no Parlamento, já que é em torno de sua atividade e de seus interesses que todo o partido orbita.
Em mais de 10 anos de existência, declarações e posicionamentos direitistas não são exceção. Se mostraram a regra no partido. A análise do que fazem logo entrega a falsidade do que falam (quando falam claramente). A frente de esquerda, que disseram que realizariam apenas com PSTU e PCB, por exemplo: em 2008, PSOL realizou 21 coligações fora da Frente de Esquerda como PCdoB, PV, PDT, PPS, PSB, PMN, PTN e PSDC.
O Psol, partido criado por parlamentares dissidentes do PT para manterem seus cargos, mostra a cada eleição que pouco se diferencia dos demais partidos financiados pela burguesia. Vejamos:

 Luciana Genro 

Dirigente da corrente Movimento de Esquerda Socialista (MES), a filha do ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), foi eleita deputada três vezes pelo PT, até ser expulsa, no final de 2004, junto com outros parlamentares do partido por se oporem à Reforma da Previdência. Foi também junto destes parlamentares e outros dissidentes do PT que foi formado o Psol, do qual Genro sempre foi de uma ala direita. Apesar de sua ala se fortalecer internamente no partido, Genro só conseguiu se eleger uma vez pela legenda, se mantendo em 2006 no cargo de deputada federal. Em 2014, foi candidata a presidente da República pela legenda, fazendo uma campanha baseada no apelo moral pequeno-burguês e na cobertura dada pela imprensa burguesa de direita. Entre outras coisas, Luciana Genro já defendeu:
1) O golpe na Ucrânia apoiado pelos neonazistas, financiado pelo serviço secreto norte-americano (foi chamado por Luciana Genro de “revolução popular”).
2) As seguidas injustiças perpretadas contra os mensaleiros como prisões indevidas, troca de juízes e penas absurdas.
3) A busca por um capitalismo “mais ético”, o que na verdade não significa nada, é apenas retórica para que a classe trabalhadora não se mobilize e apenas concentre suas forças no terreno eleitoral
4) O financiamento de suas campanhas por grandes empresas capitalistas como a Gerdau (de Jorge Gerdau que faz parte do instituto Millenium) no valor de cem mil reais e da rede Zaffari, proprietária de sete shopings centers. Esses financiamentos mostram que os grandes capitalistas não temem o Psol, muito pelo contrário, vêem em seus candidatos oportunidades para crescer.
5) Nas manifestações de 15 de março de 2015, Luciana fez uma frente única com a direita e a extrema-direita, dizendo que apesar de ser um movimento reacionário, existiam “alas” da classe media que poderiam ser disputadas e que por isso a manifestação (golpista, diga-se de passagem) era boa.
6) Desprezou a manifestação de 13 de março levada a cabo, entre outros, pela CUT e MST e foi a maior manifestação da esquerda desde junho de 2013. O não era a favor do governo e sim contra o golpismo.
7) A crença em Syriza na Grécia e Podemos na Espanha, que nada mais são que partidos da esquerda pequeno-burguesa que são muito mais direitistas e atacam muito mais os trabalhadores do que faz o PT.
8) O golpe militar no Egito que também foi chamado de revolução popular e que agora Luciana Genro diz que apenas não deu certo, "não rendeu frutos".

Heloísa Helena

A primeira candidata pelo Psol, e também pela Frente de Esquerda, que reuniu PSTU e PCB, a alagoana Heloísa Helena é certamente uma das figuras do partido mais claramente representante da burguesia. Antes do Socialismo e Liberdade, no PT, Heloísa Helena foi vice-prefeita de Maceió, na chapa de Ronaldo Lessa (PSB), eleita em 1992; após dois anos na prefeitura, a vice se lançou à candidatura para Câmara dos Deputados, saindo vitoriosa e, quatro anos depois, se tornou a primeira mulher eleita senadora do País pelo estado de Alagoas. Foi ainda como senadora que Heloísa deixou o PT e formou o Psol, com grande apoio da imprensa burguesa para se candidatar à presidência pelo novo partido. Foi também em sua campanha eleitoral à presidência, aclamada como revolucionária por toda a esquerda pequeno-burguesa centrista, que Heloísa Helena expôs grande parte do seu direitismo.
1) "... Uma repressão implacável ao crime organizado” foi uma de suas frases na campanha eleitoral de 2006, colocando toda a força no aparato repressivo do Estado que, como sabemos, ataca sempre mais a classe trabalhadora.
2) Se tornou campeã da campanha anti-aborto, ou melhor, contra a escolha que a mulher possa fazer sobre ter ou não um bebê, defendendo a prisão das mulheres que praticarem o aborto.
3) Na mesma campanha, defendeu que o governo abrisse seus cofres para tirar grandes monopólios estrangeiros da crise, como a Volkswagen.
4) Condenou a ocupação do Congresso pelos sem-terra. Na campanha eleitoral de 2006, disse claramente que era contra as ocupações de terra, pois eram contra a Constituição.
5) Foi contra as pesquisas com células-tronco e a favor do ensino religioso.

Plínio de Arruda Sampaio

Com longa trajetória política, Plínio de Arruda Sampaio começou sua atuação política no conservador Partido Democrata Cristão, durante a República Nova, tendo assumido cargos público e sido eleito Deputado Federal e perdendo o cargo pouco tempo depois do Golpe Militar de 1964 e deixando o país em exílio. Em 1976, ao voltar para o Brasil, se filiou ao MDB. Após uma tentativa fracassada de criar um partido de esquerda com Fernando Henrique Cardoso, Arruda rompeu com o partido de oposição consentida à ditadura e participou da criação do PT.
Logo no início do PT, Plínio conseguiu cargo parlamentar, assumindo mais de uma vez a liderança da bancada da sígla, em nome da corrente majoritária, a Articulação. Plínio também chegou a ser candidato ao governo de São Paulo pelo partido, em 1990. Após a eleição de Lula para a presidência, Plínio se agrupou com o setor do partido que rompeu e entrou para o recém-criado Psol, no qual enfrentou a eleição ao governo de São Paulo, em 2006, e a presidente da República, em 2010. Mesmo nunca tendo abandonado o pensamento religioso e conservador, se limitando praticamente à reforma agrária o seu caráter esquerdista, Plínio sempre foi considerado um "revolucionário" pelos correligionários.
1) “O programa eleitoral precisa colocar a necessidade de reformas radicais no capitalismo, que são as que produzem desequilíbrios”, disse na campanha eleitoral, demonstrando seu reformismo e a luta por bancadas parlamentares e não em defesa do trabalhador.
2) Em São Paulo, nas eleições de 2006, quando era candidato a governador, defendeu junto com Heloísa Helena a doação de dinheiro público via BNDES para os empresários da Volkswagen, quando havia uma greve dos trabalhadores em função das demissões.
3) Elogiou o projeto Ficha Limpa, dizendo que quem “não sabe cuidar da própria vida” não pode cuidar da vida dos outros. O projeto, que defende que quem tenha condenações na justiça não possa se candidatar, foi desde o início defendido pela direita e os setores mais reacionários como a Igreja. O objetivo era impedir que os trabalhadores, principalmente os sem-terra e os operários que por algum motivo recebam condenações na Justiça, como, por exemplo, por participarem do movimento contra os patrões e os latifundiários, possam se candidatar.
4) Plínio declarou nas eleições para prefeito de São Paulo, em 2012, preferir Serra (PSDB) a Haddad (PT), pela “competência”, se alinhando com o principal partido articulador do golpe na atualidade.

Randolfe Rodrigues


Eleito senador pelo Amapá em 2010, Randolfe Rodrigues atuou no PT, foi eleito deputado estadual em 1998 e reeleito em 2002. Abandonou o partido em 2005 para filiar-se ao Psol, usando as denúncias do "mensalão" como pretexto. Membro da APS de Ivan Valente, ficou em segundo lugar nas eleições para a prefeitura de Macapá em 2008. Foi na sua carreira parlamentar pelo Psol que se destacaram alguns de seus lances mais direitistas:
1) Em 2013 durante a eleição para a presidência do Senado, o senador do Psol, desistiu de sua candidatura para apoiar o candidato do PDT, Pedro Taques, junto à bancada do PSDB e do DEM.
 2) Randolfe Rodrigues estava na “marcha” liderada por Aécio Neves para ir até o Superior Tribunal Federal (STF) pedir a abertura da CPI da Petrobras. Da mesma forma, Randolfe tem feito coro com a campanha anticorrupção da direita quando, esta na verdade, é apenas uma fachada que este setor ganhe mais espaço no regime politico.
3) Randolfe declarou abertamente que não irá reverter nenhuma das privatizações. Essa política significava apenas a continuidade do neoliberalismo de FHC.
4) Apresentou, quando era candidato à presidência nas prévias do partido, um programa de paraíso capitalista no Brasil, onde a solução seria simplesmente criar um freio ao “capital volátil”. O grande problema seria a especulação financeira , que quer lucrar “sem o suor do trabalho”. O capital industrial, as empresas que exploram os trabalhadores seriam bem-vindas.

Marcelo Freixo

Deputado estadual do Rio de Janeiro, Freixo é outro membro do Psol cujo destaque se dá em função da campanha favorável a ele feita pela imprensa burguesa de direita. A votação que conseguiu nas eleições para deputado estadual do Rio em 2010, sendo o segundo mais votado no ano, é o capital político do qual vive. Cotado para candidatar-se à prefeitura, no seu currículo há conquistas direitistas inquestionáveis como:
1) A defesa das UPP’s (Unidades de Polícia Pacificadora, controladas pela Polícia Militar nos morros e favelas na cidade do Rio de Janeiro).
2) “Pulso firme com as greves, sim claro”. Ao ser questionado ainda se cortaria o ponto dos grevistas, Freixo disse que “depende. Depende da situação. Aí depende do setor, depende da situação, depende do que tiver acontecendo. Essa é uma situação que você não tem como prever”. Não vai aceitar, não vai ceder; para ele, grevista tem que ser tratado com dureza.
3) Declarou “respeito aos contratos” estabelecidos entre o atual governo e as máfias capitalistas, que nada mais é que uma defesa feroz do atual regime político e da manutenção do seu status quo. “Reiteramos categoricamente: Vamos respeitar todos os contratos!”, afirmou.


Clécio Santos

Candidato pelo Psol à prefeitura de Macapá em 2012, Clécio Santos vem estabelecendo um currículo invejável:
1) Festejou a aliança entre Psol e DEM  para o segundo turno da eleição municipal em Macapá.
 2) O ex-candidato à Presidência da República pelo Psol, o paulista Plínio de Arruda Sampaio também defendeu as alianças em Macapá e Belém: “São cidades onde temos condições fortes de vencer a eleição. Nesse momento, os adversários se unem, então nossos candidatos também estão obtendo apoios”, declarou.
4) Sobre a aliança em Macapá, Plínio declarou ainda: “É um caso muito particular e diz respeito a um lugar remoto num estado muito pequeno, de modo que, nesse caso, se fez uma vista grossa”.
 3) Clécio é um ex-policial que gostaria de receber dinheiro de empresários e capitalistas durante seu governo, conforme declarou em entrevista logo após a eleição.

Edmílson Rodrigues

Professor e arquiteto, foi prefeito de Belém entre 1997 e 2005. Teve mandatos como deputado estadual de 1987 a 1990, e de 1991 a 1994. Concorreu ao senado, em 1994, pelo PT, mas não se elegeu.
Aderiu ao Psol em 2005. Elegeu-se deputado estadual em 2010, e deputado federal em 2014. Como os demais líderes do Psol, ganhou destaque não por atuar na luta das massas, da classe operária e dos oprimidos, mas por sua atuação parlamentar, em aliança com a direita.
1) Votou contra proposta da MP que garantiria 30 dias de auxílio-doença a quem estivesse afastado, mantendo apenas os 15 dias
2) 80% da campanha eleitoral do candidato da frente Psol-PSTU-PCdoB foi financiada por grandes empresas. A construtora COGEP concedeu R$ 160 mil para  tentar eleger Edmilson.

Devidamente fichados os figurões direitistas do Psol... e o que virá depois?

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