Especialista confirma: urna eletrônica é insegura
O jornalista Osvaldo Maneschy publicou extensa reportagem sobre a insegurança do voto eletrônico adotado nas eleições de 2014. A matéria é de 12 de maio de 2012, mas continua atualÃssima.. Resume a cobertura de uma audiência pública, em BrasÃlia. Em destaque, alertas do professor da UnB, Diego Aranha, sobre os riscos de fraude. Os estranhos e disparatados resultados nas últimas eleições, com forte descompasso entre as previsões dos institutos de pesquisa e os resultados,  geram desconfianças.
Sobre as urnas que acabariam sendo adotadas em 2014, afirmava o especialista:
“Tivemos apenas uma hora de acesso ao código-fonte da urna eletrônica brasileira, mas foi tempo suficiente para quebrarmos o único dispositivo que ela usa para garantir o sigilo do voto†, afirmou o professor Diego Aranha, do Departamento da Ciência da Computação da Universidade de BrasÃlia, em depoimento na audiência pública realizada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal, no dia 8 de maio de 2012.  Ele debateu sobre a segurança  do voto eletrônico, na forma prevista para as eleições de 2014.
O projeto de lei 2.789/2011, naquele momento em discussão na CCJ, revogava a impressão do voto prevista na Lei n° 12.034, de 29 de setembro de 2009. A audiência pública durou mais de quatro horas e foi aberta pelo presidente da CCJ, deputado Ricardo Berzoini (PT-SP) e depois presidida pelo relator, deputado Vieira da Cunha (PDT-RS). A lei da impressão do voto (N° 12.034), iniciativa dos então deputados Brizola Neto (PDT-RJ) e Flávio Dino (PCdoB-MA), foi sancionada pelo presidente Lula em 2009 apesar das gestões do TSE contra. Já o pedido de revogação dela, em discussão, foi apresentado pelo Senador Lindberg Farias (PT-RJ) a pedido do TSE e aprovado (PLS-478/2011) com a ajuda de Demóstenes Torres, que a relatou.
SIGILO QUEBRADO
Diego Aranha, professor-doutor de 27 anos, chefiou a equipe da UnB que mais se destacou nos testes de segurança promovidos pela Secretaria de Informática do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para testar as defesas da urna. “Descobrimos que a hora e os segundos do relógio da urna eletrônica são usados como semente para embaralhamento dos votos a partir da zerésima, vulnerabilidade semelhante a que foi descoberta há 17 anos no Netscape, software comercial, por dois calouros de Ciência da Computação americanos†, explicou.
Instigando os deputados, questionou:  “Que leitura se pode fazer, do ponto de vista da segurança, de um sistema que colapsa depois de uma hora de exame e apresenta a mesma vulnerabilidade de 17 anos atrás de um software comercial?â€
Sobre a obrigatoriedade da impressão do voto, tema da discussão, foi enfático: é consenso na área acadêmica de que para garantir a integridade do voto produzido por máquinas semelhante às brasileiras, totalmente dependentes de softwares, só existe um caminho seguro: a impressão do voto.
“O voto impresso e a apuração por amostragem são as formas mais simples e compatÃveis para verificar os resultados, independente do software, para que a urna brasileira satisfaça aos mÃnimos requisitos e seja considerada segura†.
Acrescentou: “Não existe sistema inviolável, isto é até uma impossibilidade teórica. Na área de segurança de softwares, o trabalho não é projetar sistemas invioláveis, é projetar sistemas onde o custo do ataque seja demasiadamente alto†.
E finalizou: “Fica a cargo de vocês a conclusão se é alto ou não o custo de tentar fraudar uma eleição para alguém que tenha motivação financeira ou polÃtica†.
Fonte: Agência Petroleira de NotÃcias
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
BRIZOLA TINHA RAZÃO.
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