domingo, 5 de outubro de 2014

A LUTA CONTRA AS DISCRIMINAÇÕES

Comunicação

Pesquisadores e ativistas se unem para superar a discriminação

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Quinta, 02 Outubro 2014
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Mídia e justiça estão na berlinda. Pesquisadores de diferentes países estudam o modo como indivíduos e culturas têm sido afetados pela discriminação construída pela mídia e pela justiça, especialmente, nos conflitos sociais e em processos eleitorais.
Por Paula Máiran
Em geral, as vítimas da discriminação e da violência por meio da qual esta se manifesta, segundo esse estudo, acabam reproduzindo o mesmo padrão de comportamento ao qual foram submetidas. Mas não precisa ser assim. Esses pesquisadores desenvolveram um campo de estudos para descobrir modos de romper esse ciclo: a Psicopolítica.

Na última semana de setembro, nos dias 23 e 24/9, pesquisadores do Brasil, do Chile, da Colômbia e de Portugal, especialistas na crítica e superação às mais diversas formas de discriminação promovida pela mídia pela justiça, além de lideranças sociais e comunitárias, reuniram-se no Rio para o 1º Seminário Internacional de Psicopolítica e Consciência — Para Superar a Discriminação, organizado pelo Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Comunicação e Consciência (NETCOM.CNPq ) , da Escola de Comunicação da UFRJ.

Sob uma lógica de grave desigualdade socioeconômica e ambiental (8% controlam 80% da fortuna do mundo), vivemos o uso e abuso dos recursos naturais do planeta, consumidos de modo desproporcional em relação à oferta.

Na tentativa de inverter essa lógica, o coordenador do seminário, o professor Evandro Ouriques, criador da perspectiva psicopolítica da teoria social e coordenador do NETCCOM, aposta na necessidade da desconstrução de estados mentais destrutivos para o estabelecimento de novos padrões de comportamento da humanidade pautados pelo devido respeito à natureza e pela valorização da vida.
Foto: Paula Máiran

No primeiro dia, Evandro e os professores Michel Misse, do Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana – IFCS –UFRJ, e Carlos Del Valle Rojas, decano de Educação, Ciências Sociais e Humanidades da Universidad de La Frontera, Chile, entre outros, apresentaram as suas visões e compartilharam o seu conhecimento de experiências que mostram como é possível promover mudanças de opinião de modo a tornar sujeitos subjugados em sujeitos emancipados por meio da organização em rede e de lutas não-violentas.

No segundo e último dia, lideranças sociais e comunitárias compartilharam a sua experiência na luta não violenta por direitos por meio da conexão de pessoas e da organização de movimentos e pessoas em rede. O indígena Anapuaka Tupinambá falou, por exemplo, sobre a importância da luta de seus ancestrais para o fortalecimento do respeito pelo outro e no encontro que une pessoas.

Também participaram os ativistas Carlos Meijueiro, do Coletivbo Norte Comum, Léo Lima, do Cafuné na Laje, Ratão Diniz, do Imagens do Povo, e Victor Hugo Rodrigues, do Honório Gurgel Coletivo e da Casa Fluminense, o pedagogo comunitário Evandro Rocha, entre outros. Participou também dessa etapa a terapeuta Frinéa Souza Brandão, da Neurofocus, que falou sobre Reich (Wilhelm) e Acontecimentos Sociais e Processos Psíquicos. Os ativistas apresentaram vários exemplos de experiências em que tem sido possível realizar mudanças de comportamento a partir da autogestão de grupos organizados em movimentos.

“Muitos sujeitos e organizações emergem de experiências de subjugação não como emancipados e emancipadores, mas como subjugadores dos outros”, esclarece o professor Evandro Ouriques. Segundo ele, isso é o que dificulta a mudança social. É preciso emancipar-se, ou seja, pela perspectiva da Psicopolítica, emergir em rede para agir em contraposição ao estado original de subjugação, voltando-se para o bem comum. “Esse é o desafio: sair da subjugação sem subjugar os outros”, afirma Evandro.
Fonte: Agência Petroleira de Notícias

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