quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

"CHAMA UM LADRÃO.....CHAMA UM LADRÃO..."

Nota da CUT-RJ:
Aumento das barcas é tapa na cara dos trabalhadores

Nos anos 80 e 90, num quadro de um programa humorístico de sucesso na TV,um personagem boquiaberto com algumas notícias alarmantes tornou famoso obordão: “ não precisa explicar, eu só queria entender”. Pano rápido. Emjaneiro de 2012, os usuários das barcas também só querem entender qual éa mágica que faz com que uma concessionária que presta um péssimo serviçoà população acabe premiada com o maior aumento de tarifa de transportesdesde que a praga da privataria tucana avançou sobre o patrimônio públicofluminense e nacional.
A perplexidade é geral diante dos inacreditáveis 60,7% de reajuste da  tarifa da empresa Barcas S/A . Não custa lembrar que a inflaçãodo ano passado foi de pouco mais de 6%. O prêmio de consolação inventadopelo governo do estado, que consiste em subsidiar (tirar do erário epagar à concessionária) a tarifa dos portadores do bilhete único, cujovalor cairia para R$ 4,50, não torna, de forma alguma, menos absurda adecisão. Seria cômica, se não fosse trágica e debochada, a justificativa,que une governo e concessionária, para o reajuste astronômico : o sistemaopera com grave desequilíbrio econômico.
Alto lá. Até parece que a Barcas S/A não vem lucrando porque fezinvestimentos extraordinários para melhorar seus serviços, que comprouinúmeras lanchas novas, que investiu em pessoal, que se esmera emproporcionar cada vez mais segurança, que enfrenta concorrência. Nadadisso, muito pelo contrário. Com a conivência, no mínimo suspeita, daAgetransp, a agência reguladora que deveria zelar pelos interesses dapopulação, o serviço prestado pela concessionária virou sinônimo do quehá de pior, menos pontual, menos seguro e menos profissional .
Quem tem mais de 40 anos viveu os tempos da Codert, o órgão do estado quecuidava da travessia Rio-Niterói. Numa boa : alguém lembra de embarcaçõesà deriva na Baía de Guanabara naquela época ? Dá para comparar o númerode acidentes desse período com a triste sucessão de hoje em dia? E apontualidade? Pergunte para algum quarentão se ele se recorda de terchegado atrasado ao trabalho por conta de atraso dasembarcações?
O fato é que até a tradicional estátua do índio Araribóia, da estação dasbarcas em Niterói, sabe que o marco da degradação do serviço é o processode privatização das empresas públicas, tocado no Estado do Rio de Janeirode forma insana e de costas para o interesse público pelo governo tucanode Marcello Alencar, nos anos 90.
E pensar que a tarifa das barcas durante um bom tempo oscilava entre 60%e 70% do valor das passagens dos ônibus que circulam no município. Com omegarreajuste, previsto para vigorar a partir de março, as barcascustarão mais do que o dobro dos ônibus.
O bravo deputado estadual Gilberto Palmares, que presidiu uma CPI naAlerj sobre os descalabros da Barcas S/A, anuncia que vai cobrar arealização de auditoria externa e independente nas contas daconcessionária.
Claro que se trata de ótima iniciativa. Quanto mais cobrança e pressãopública, melhor. Mas o que o trabalhador e a trabalhadora continuam sementender é por que diabos, no Rio, a incompetência, o descaso e odesrespeito ao usuário são premiados com aumentos milionários de tarifa.O governo do estado deve explicações. E como deve!
Direção da Central Única dos Trabalhadores no Estado do Rio de Janeiro -CUT-RJ

Nenhum comentário:

Postar um comentário