terça-feira, 9 de setembro de 2014

UMA FRENTE DE ESQUERDA JUNTO COM A DIREITA.

Alagoas
Heloísa Helena com a Frente de Esquerda e a Frente de Direita
Candidata pela coligação Psol e PSTU recebe apoio do PSDB, PMDB, PP e PSB na sua campanha para voltar para o Senado

 Heloísa Helena ao lado de ACM e Arthur Virgílio comemorando derrota do PT em votação do salário mínimo em 2004
Teotônio Vilela Filho, atual governador de Alagoas pelo PSDB, articulou com PMDB o não lançamento de candidatos ao Senado para favorecer a candidatura de Heloísa Helena (Psol) na disputa contra Fernado Collor de Mello. Está se configurando uma espécie de "Frente de Direita" em torno da antiga candidata da Frente de Esquerda.
Heloísa Helena também tem aparecido em campanha junto ao candidato para a sucessão de Teotônio, Júlio César (PSDB). Após o PSDB retirar seu candidato ao Senado, Júlio Cezar afirmou que apoiará a candidata do Psol “de coração”. A parlamentar do Psol também recebeu apoio de políticos do PSB e PP.
Não há nenhuma novidade na posição tomada por Heloísa Helena. A sua aliança com a direita vem desde a época em que era senadora pelo PT, eleita em 1998. Já no Psol, sua participação no parlamento se deu em grande parte alinhada com a bancada da oposição de direita durante o governo Lula. A foto que ilustra essa matéria é da votação do salário mínimo em 2004, quando o salário de R$260 proposto pelo governo foi derrotado pela oposição de direita que, demagogicamente, fez campanha por um salário de R$275,00. Heloísa Helena aplaudiu a farsa e discursou da tribuna dizendo que os R$15 faziam uma importante diferença. Na mesma onda deste cretinismo parlamentar, o PSTU elogiou o discurso demagógico de Heloísa Helena.
Heloísa participou da criação do Psol e foi candidata à presidência em 2006, pela Frente de Esquerda (Psol, PSTU e PCB). Durante esta campanha, a candidata defendeu a punição de mulheres que fizeram aborto, entre outras campanhas abertamente direitistas.
O apoio declarado pelo candidato ao governo do PSDB não foi repudiado pelo próprio partido. Mário Agra, pelo contrário, fez coro com a posição da própria Heloísa Helena, dizendo que “todo apoio é bem vindo”.
Além de aparecer junto ao candidato da direita ao governo de seu estado, a candidata ao senado pela Frente de Esquerda declarou apoio a Marina Silva e não à candidata de seu partido, Luciana Genro, para a presidência. Não é de se estranhar, uma vez que a própria Heloísa Helena já havia declarado que entrará no partido Rede Sustentabilidade, assim que for legalizado.
O PSTU, que fez uma frente com o Psol em Alagoas, agora declara estar espantado com as posições assumidas por Heloísa Helena e os apoios recebidos. Parecem ignorar que grande parte do que ela defende é o mesmo que defendia quando estava junto da oposição de direita no Congresso Nacional e na sua campanha pela Frente de Esquerda em 2006. Ainda assim, o PSTU, tomado por seu oportunismo eleitoral, manteve-se na coligação estadual, retirando apenas da boca para fora o apoio à candidata ao senado.
A posição de Heloísa Helena não é única e nem destoa de grande parte dos parlamentares do Psol. São diversos os casos em que este partido se alinhou à direita sob o pretexto de fazer oposição ao PT, como fez Randolfe Rodrigues, Jean Willys e vários outros na campanha da imprensa capitalista e da direita em apoio ao julgamento dos réus do Mensalão.
Nestas eleições, chama atenção a coligação do Psol em Pernambuco com o partido de direita PMN, que ficou com o cargo de vice na chapa ao governo. Mesmo sem qualquer possibilidade de se eleger, o Psol fez uma aliança com o partido que ainda usa o horário eleitoral de ambos para fazer campanha pela eleição de Aécio Neves. Os “socialistas com liberdade” são livres para se aliar com a direita. Vale tudo para eleger um deputado por Pernambuco.

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