quinta-feira, 28 de agosto de 2014

MAINARD É MARINA...

Mainardi é Marina. É a direita que quer o “qualquer um no poder”. Menos Lula

27 de agosto de 2014 | 12:24 Autor: Fernando Brito
mainardimarina
Diogo Mainardi, uma espécie de ícone de boçalidade da direita brasileira produz hoje um artigo primoroso na Folha de S. Paulo.
Primoroso porque é a selvageria desnuda, que não se acanha em mostrar-se e muito menos se camufla em “transversalidades” e “disrupturas”.
Mainardi é o troglodita  pós-moderno, mas evidente.
Define com espantosa sinceridade, ainda que apele para descontextualizar Montesquieu e pô-lo a  serviço de sua idiotia:
    “Sou um homem simples: acredito que, a cada quatro anos, é necessário trocar o bandido que nos governa. Tira-se um, põe-se outro qualquer em seu lugar. Nunca votei para presidente e, por isso mesmo, nunca me arrependi por ter votado num determinado candidato”.
Mainardi não vota porque não precisa do Estado, porque não precisa de um País, porque não tem um povo.
É um indivíduo que acha que pertence ao mundo, e basta-se como sua própria tribo.
Faz parte daquele grupo de selvagens exportados nas naus para serem exibidos às cortes e que, de tantos paparicos, vestem veludos e se acham nobres e europeus.
Mainardi crê-se um homem importante e diante do qual todos devem ficar embasbacados.
Ele  é franco sobre Marina.
Não espera que ela faça grande coisa no governo,  porque do governo ele em nada depende, ao contrário dos pobres coitados que vivem ainda no mundo do salário, da escola pública, da falta de médicos e, sobretudo, num país mergulhado no atraso, não na Veneza onde ele flutua.
O que ele espera é, apenas, que não ganhem os que representam a ideia de  mudarmos o país, não de bandidos no poder.
Mainardi é o espetáculo da sinceridade, que só em uma coisa se falseia.
Quando ele afirma e reafirma ser um homem simples.
Não, ele não é.
Mainardi é um produto complexo do pensamento elitista, que se desnatura da humanidade ao extremo e, aí sim, pergunta, com a ingenuidade de Maria Antonieta, porque o povo não come brioches.

Nenhum comentário:

Postar um comentário