quinta-feira, 15 de junho de 2023

O QUADRILHÃO EM QUEDA...

 

Toffoli anula provas contra Tacla Duran, que deve voltar ao Brasil e expor extorsão de Moro e Dallagnol

Ministro do STF afirma em sua decisão que as provas contra Tacla Duran são 'imprestáveis'. Advogado diz que foi extorquido no âmbito da Operação Lava Jato

Tacla Duran
Tacla Duran (Foto: Reprodução)
 

Toffoli anula provas contra Tacla Duran, que deve voltar ao Brasil e expor extorsão de Moro e Dallagnol · Ouvir artigo
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247 - O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou nesta quinta-feira (15) todas as provas das ações penais contra o advogado Rodrigo Tacla Duran que tramitavam na 13ª Vara Federal de Curitiba, informa a colunista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo. Essa decisão abre o caminho para o fechamento dos processos contra ele. Como resultado, o advogado poderá ser liberado dos processos equivalentes que enfrentará na Espanha e poderá retornar ao Brasil.

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De acordo com Toffoli, as ações contra Tacla Duran utilizaram provas do acordo de leniência da Odebrecht que já haviam sido consideradas inúteis pelo STF. Em sua decisão, o ministro da Suprema Corte afirma que "a inutilidade, no que diz respeito ao requerente, dos elementos de prova obtidos a partir dos sistemas Drousys e MyWebDay B [de contabilidade paralela] utilizados no acordo de leniência celebrado pela Odebrecht".

As ações contra Tacla Duran já haviam sido suspensas em março pelo então ministro Ricardo Lewandowski, que também argumentou que o próprio STF, em um julgamento da 2ª Turma, havia considerado como provas provenientes da delação da Odebrecht "irremediavelmente comprometidas" devido a "falhas irreparáveis ". Houve até as mesmas adulterações em cópias de dados extraídos dos sistemas da empreiteira, o que evoluiu no fechamento de processos envolvendo o ex-presidente Lula e outros réus.

 
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Leia também matéria do Conjur sobre Rodrigo Tacla Duran:

Em diálogos, procuradores falaram em 'ferrar Tacla Duran' e 'fechar" Odebrecht

Conversas entre procuradores da extinta "lava jato" mostram que o consórcio desejava "ferrar" com o advogado Tacla Duran, pivô de acusações contra Deltan Dallagnol e o ex-juiz Sergio Moro. Os integrantes do MPF (Ministério Público Federal) de Curitiba também falam em fechar a construtora Odebrecht.

 O diálogo é de 17 de junho de 2016 e faz parte do acervo apreendido pela Polícia Federal durante a operação "spoofing". Nele, o procurador Orlando Martello sugere a leitura de um depoimento para quem quiser "ferrar Tacla Duran", conseguir a prisão perpétua de Marcelo Odebrecht ou fechar a multinacional. 

 "Pessoal, depoimento longo, mas sugiro a sua leitura para quem estiver negociando no caso da ODE, bem como para quem quiser ferrar TACLA DURAN, para quem quiser fechar a ODE, para quem quiser prisão perpétua para MO [Marcelo Odebrecht]", disse. 

 O ex-procurador Diogo Castor, demitido em outubro de 2021 por encomendar um outdoor lavajatista instalado em Curitiba, comentou que queria "prender" o advogado. "Eu quero prender o tacla. recomendado tb [também]?", afirmou. 

 Roberson Pozzobon disse para o colega se acalmar, porque o pedido de prisão de Tacla estava pronto, mas que a "lava jato" aguardaria a "posição dos americanos" antes de tomar os próximos passos contra o advogado. Durante a operação, procuradores atuaram de forma clandestina junto aos Estados Unidos. 

 "Te acalme Castor. Pedido tá pronto, mas vamos aguardar a posição dos americanos pos reunião da próxima segunda pra protocolar. Eu sei que a vontade, sua, minha, de todos nós é GRANDE", disse Pozzobon. 

 Os procuradores Athayde Ribeiro Costa e Laura Tessler também se juntaram ao grupo. "Aquele BAFO DE ONÇA vai gerar rebeliao na carceragem. Ninguem aguenta", disse Athayde sobre Tacla Duran. "Bom prender logo", complementa Tessler.

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