terça-feira, 24 de julho de 2012

Manguezais Ameaçados


Pescadores denunciam casas que ocupam mangue de Atafona, RJ

Cerca de 100 famílias dependem do ecossistema.
Mangue serve de berçário para animais.

Alguns manguezais em Atafona, no litoral de São João da Barra, no Norte Fluminense, foram invadidos por construções particulares. A denúncia é de pescadores e catadores de caranguejos, que dependem do mangue para trabalhar, conforme mostrou o Bom Dia Rio.
 Considerados a maior riqueza do litoral do Brasil, os mangues servem de berçário para diversas espécies e muitas famílias tiram deles o seu sustento. Só em Atafona, cerca de cem famílias dependem do manguezal. O descaso preocupa os habitantes da região.
“Cerca de 25 anos atrás eu pescava aqui, sustentava nossa família com essa pesca aqui. Hoje, você morre de fome, porque não tem o que pescar mais, porque tomaram conta dos manguezais. Se continuar assim, dois anos não tem mais manguezal não”, disse o presidente da Colônia de Pescadores de São João da Barra, Willian Pereira.
 Com ele, a equipe da InterTV visitou pontos que deveriam ser de mangue protegido, mas foram ocupados propriedades particulares, locais fechados com cercas e muros.
Problema começou há 15 anos
Segundos os pescadores, a invasão nos mangues começou há pelo menos 15 anos. Um terreno onde antes era lama, atualmente é só areia, o que impede o crescimento da vegetação e a sobrevivência dos animais. A areia foi levada pela maré cheia, que também carregou muito lixo para a área.
 O pescador Fábio Rosa já participou de mutirões para a limpeza de manguezais e já encontrou diversos tipos de objetos.  “Pneu, garrafa, tubo de televisão, jogam tudo no rio, vai acabando tudo. Vai piorando o manguezal”, disse Rosa.
 A preocupação agora é com o que ainda está preservado. “Eu estou preocupado porque eles tão querendo comprar isso aqui, e daqui a dois anos, eu tenho medo de a gente perder isso. Então, nós estamos brigando com a Secretaria de Meio Ambiente, com o Inea e com o Ibama, para a agente começar a fazer a nossa reserva”, disse Pereira.

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