Última área natural da Baía da
Guanabara está seriamente ameaçada!
A Área de Proteção Ambiental
(APA) de Guapimirim é uma unidade de conservação ambiental federal, criada em
1984, responsável pela proteção da maior floresta de manguezal do Estado do Rio
de Janeiro, no fundo da Baía de Guanabara.
É a última área natural da baía,
testemunho do que era este ambiente desde antes da colonização do país. Seu
valor histórico e ecológico é inestimável. Graças a este manguezal ainda há
vida na Baía de Guanabara, esperança e inspiração para sua regeneração.
Dele dependem milhares de
pescadores artesanais, gente batalhadora forjada na dura
lida no mar, rios e mangues.
Mas a ambição e a busca
desenfreada pelo lucro apresentam neste momento ameaça concreta à manutenção
desta área. Para atender ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro-COMPERJ
várias obras estão em curso, com graves impactos diretos sobre a APA.
A mais recente ameaça é a
possibilidade de utilização dos rios da APA Guapimirim como hidrovia para
passagem de gigantescas embarcações, levando equipamentos pesados ao COMPERJ.
Obras do Comperj vão destruir APA
Esta atividade, se ocorrer,
selará o início do fim da APA Guapimirim. No entanto, existe uma alternativa a
esse projeto que já foi, inclusive, licenciada
ambientalmente. Trata-se da construção de um porto em São Gonçalo , que
atenderia tanto aos interesse do Comperj, quanto da população local. Os moradores da região poderiam contar com
esta estrutura como alternativa sustentável para o transporte, após sua
utilização industrial.
Já o projeto da hidrovia, em
razão de seus evidentes impactos ambientais, foi rejeitado em todas instâncias
pertinentes: Instituto Estadual do Ambiente - INEA, Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente - IBAMA, Instituto Chico Mendes - ICMBio e o Conselho Gestor da
APA Guapimirim (composto por órgãos públicos e da sociedade civil, como
universidades, colônias e associações de pesca e ONGs ambientalistas).
Apesar disso, embora os órgãos
ambientais e a sociedade organizada já tenham se pronunciado contra este
projeto, a direção da Petrobrás insiste na hidrovia. Numa atitude traiçoeira e
absolutamente desalinhada com os mais básicos princípios democráticos que
deveriam reger nossas instituições, a Petrobrás optou por fazer lobby político
junto ao Ministério do Meio Ambiente e forçar uma revisão da decisão que havia
sido tomada.
Direção da Petrobrás insiste no erro
Sem resistir às pressões, o
Ministério do Meio Ambiente sinalizou com uma medida autoritária e injusta: a
exoneração do chefe da APA Guapimirim, que sempre se manifestou aberta e
corajosamente contra as atividades do Comperj, que configuram risco de MORTE à
APA Guapimirim.
Até quando o capital valerá mais
do que a vida? Até quando interesses privados das grandes corporações
prevalecerão sobre os legítimos interesses coletivos, representados pelo meio
ambiente ecologicamente equilibrado? Até quando aqueles que se manifestam
contra o status quo serão
simplesmente jogados para escanteio? Será esta a mensagem que o Brasil quer
passar ao mundo, às vésperas da RIO+ 20?
Em defesa da VIDA, em defesa da
BAÍA de GUANABARA, em defesa da APA GUAPIMIRIM, em defesa dos PESCADORES que
dependem da APA, em defesa dos TRABALHADORES da Petrobras, que não aprovam a
truculência na direção da empresa exigimos:
Que o Ministério do Meio Ambiente
reveja esta posição escandalosa e que a direção da Petrobrás abandone imediata
e publicamente a absurda ideia de transformar a última área natural da Baía de
Guanabara, patrimônio natural inestimável do Rio de Janeiro, do Brasil e do
mundo, em pátio de manobra para atividades predatórias ao meio ambiente e
às pessoas que dele dependem.
ENQUANTO ISSO NA FAJUTA AGENDA 21 COMPERJ/MARICÁ OS VENDIDOS DE SEMPRE FINGEM FAZER A LUTA AMBIENTAL,VERGONHA.
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