quarta-feira, 4 de abril de 2012

APA de Guapimirim - Denúncia à população (e aos parlamentares)...


Última área natural da Baía da
Guanabara está seriamente ameaçada!

A Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim é uma unidade de conservação ambiental federal, criada em 1984, responsável pela proteção da maior floresta de manguezal do Estado do Rio de Janeiro, no fundo da Baía de Guanabara.

É a última área natural da baía, testemunho do que era este ambiente desde antes da colonização do país. Seu valor histórico e ecológico é inestimável. Graças a este manguezal ainda há vida na Baía de Guanabara, esperança e inspiração para sua regeneração.

Dele dependem milhares de pescadores artesanais, gente batalhadora forjada na dura
lida no mar, rios e mangues.

Mas a ambição e a busca desenfreada pelo lucro apresentam neste momento ameaça concreta à manutenção desta área. Para atender ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro-COMPERJ várias obras estão em curso, com graves impactos diretos sobre a APA.

A mais recente ameaça é a possibilidade de utilização dos rios da APA Guapimirim como hidrovia para passagem de gigantescas embarcações, levando equipamentos pesados ao COMPERJ.

Obras do Comperj vão destruir APA

Esta atividade, se ocorrer, selará o início do fim da APA Guapimirim. No entanto, existe uma alternativa a esse projeto que já foi, inclusive, licenciada  ambientalmente. Trata-se da construção de um porto em São Gonçalo, que atenderia tanto aos interesse do Comperj, quanto da população local.  Os moradores da região poderiam contar com esta estrutura como alternativa sustentável para o transporte, após sua utilização industrial.

Já o projeto da hidrovia, em razão de seus evidentes impactos ambientais, foi rejeitado em todas instâncias pertinentes: Instituto Estadual do Ambiente - INEA, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente - IBAMA, Instituto Chico Mendes - ICMBio e o Conselho Gestor da APA Guapimirim (composto por órgãos públicos e da sociedade civil, como universidades, colônias e associações de pesca e ONGs ambientalistas).

Apesar disso, embora os órgãos ambientais e a sociedade organizada já tenham se pronunciado contra este projeto, a direção da Petrobrás insiste na hidrovia. Numa atitude traiçoeira e absolutamente desalinhada com os mais básicos princípios democráticos que deveriam reger nossas instituições, a Petrobrás optou por fazer lobby político junto ao Ministério do Meio Ambiente e forçar uma revisão da decisão que havia sido tomada.

Direção da Petrobrás insiste no erro

Sem resistir às pressões, o Ministério do Meio Ambiente sinalizou com uma medida autoritária e injusta: a exoneração do chefe da APA Guapimirim, que sempre se manifestou aberta e corajosamente contra as atividades do Comperj, que configuram risco de MORTE à APA Guapimirim. 

Até quando o capital valerá mais do que a vida? Até quando interesses privados das grandes corporações prevalecerão sobre os legítimos interesses coletivos, representados pelo meio ambiente ecologicamente equilibrado? Até quando aqueles que se manifestam contra o status quo serão simplesmente jogados para escanteio? Será esta a mensagem que o Brasil quer passar ao mundo, às vésperas da RIO+ 20?

Em defesa da VIDA, em defesa da BAÍA de GUANABARA, em defesa da APA GUAPIMIRIM, em defesa dos PESCADORES que dependem da APA, em defesa dos TRABALHADORES da Petrobras, que não aprovam a truculência na direção da empresa exigimos:

Que o Ministério do Meio Ambiente reveja esta posição escandalosa e que a direção da Petrobrás abandone imediata e publicamente a absurda ideia de transformar a última área natural da Baía de Guanabara, patrimônio natural inestimável do Rio de Janeiro, do Brasil e do mundo, em pátio de manobra para atividades predatórias ao meio ambiente e às  pessoas que dele dependem.

Um comentário:

  1. ENQUANTO ISSO NA FAJUTA AGENDA 21 COMPERJ/MARICÁ OS VENDIDOS DE SEMPRE FINGEM FAZER A LUTA AMBIENTAL,VERGONHA.

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