"Deus criou Darwin, mas foi a máfia midiática que criou Marina"
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quarta-feira, 23 de outubro de 2013Â
Marina Silva bajula a mÃdia amiga
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Por Altamiro Borges
Marina Silva é só amores com os donos da mÃdia. Ela é tratada com todo o carinho pelos jornalões, revistonas e emissoras de tevê. Quase todo dia é destaque na velha imprensa. Isto talvez explique a defesa apaixonada que a ex-verde fez da atuação da mÃdia no paÃs durante o programa Roda Viva, exibido pela TV Cultura nesta segunda-feira (21). “Não acho que deva ter controle porque uma das coisas que ajuda a própria democracia é a liberdade de expressão. Acho que a imprensa dá grande contribuição para várias questões, como na minha área [meio ambiente]†, afirmou a provável vice de Eduardo Campos na campanha presidencial de 2014.
Neste clima de amores, os barões da mÃdia tendem a reforçar ainda mais o coro para que ela dispute a sucessão pelo PSB – deixando na reserva o governnador de Pernambuco. Mas não é só no debate sobre a regulação democrática da mÃdia – que ela maliciosamente chama de “controle†– que a ex-ministra tem agradado os emmpresários do setor. A cada dia que passa, Marina Silva explicita a sua completa cedência à s teses neoliberais e sua fundamentalista adoração ao “deus-mercado†. No programa Roda Vida, ela voltou a criticar o governo Dilma por ter abrandado o chamado tripé macroeconômico – dos juros elevados, austeridaade fiscal e libertinagem cambial.
Mas o conservadorismo da ex-verde não se manifesta apenas na economia. Como ironiza José Carlos Ruy, no sÃtio Vermelho, no programa da TV Cultura “houve também o lado folclórico, quando ela tratou de homossexualismo, casamento gay, pesquisas com células-tronco, criacionismo... Ela reconheceu que as pessoas devem ter tratamento igual, mas ‘quando se fala em casamento, evoco o sacramento’. Nesta condição, ela não aceita o casamento gay, embora o admita como direito civil. A pérola veio quando falou sobre criacionismo. Não sou criacionista, disse. E declarou acreditar que Deus criou todas as coisas, inclusive a grande contribuição dada por Darwin†.
Para José Carlos Ruy, estudioso da história, “Marina Silva é a recente versão do que há de mais tradicional e conservador na polÃtica da classe dominante brasileira. A história tem exemplos desse tipo de ‘novo’; Jânio Quadros, há mais de cinquenta anos, surgiu como uma espécie de alternativa aos partidos e aos polÃticos; ele bateu de frente com o Congresso Nacional e renunciou melancolicamente sete meses depois de assumir a Presidência da República. Era em tudo parecido com Marina Silva. Na polÃtica, rejeitava os partidos e acusava o Congresso Nacional de chantageá-lo (Marina repetiu esse argumento no programa Jô Soares, dia 15, dizendo que Dilma é chantageada pelo Congresso!). Na economia, defendia o mesmo velho e fracassado programa conservador: contenção nos gastos públicos, pagamento de juros, enxugamento da máquina do Estado†.
“No ocaso da ditadura militar, outra versão ‘jovem’, ‘apolÃtica’ e economicamente conservadora surgiu na figura de Fernando Collor. Durou pouco†, lembra José Carlos Ruy. Isto também ajuda a explicar as juras de amor entre Marina Silva e os barões da mÃdia. Nos dois casos citados, os tais representantes do “novo†tiveram o apoio da chamada grande imprensa nas suas campanhas presidenciais contra candidatos mais à esquerda. Marina Silva bajula a mÃdia; e a mÃdia sabe, sempre, a quem bajular!
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quinta-feira, 24 de outubro de 2013
MARINA;UMA FARSA MONTADA.
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