quinta-feira, 18 de julho de 2013

ESPIONAGEM INTERNACIONAL....

Edward Snowden: “Todos os serviços Internet abertos para a espionagem” 
A cumplicidade da Microsoft e dos demais monopólios de tecnologia e a farsa da propaganda "a sua privacidade é a nossa responsabilidade"
Matéria do jornal britânico The Guardian, elaborada sob a  base de documentos secretos do departamento de Operações de Fonte Especial fornecidos pelo ex-consultor da CIA e da NSA Edward Snowden, confirmou a escandalosa espionagem em larga escala de todos os serviços Internet e de todos os usuários. Esse nefasto departamento, édenominado por Snowden como a "jóia da coroa" da NSA (Agência de Segurança Nacional), é responsável por todos os programas que vigiam os sistemas de comunicação, a começar pelo Prisma, e conta com a cumplicidade dos monopólios que controlam o setor.

Segundo o documento citado, "o feedback indicou que a coleta no Skype foi muito clara e os metadados pareciam completos". "Trabalho de equipe era a chave para a adição bem-sucedida de mais um fornecedor ao sistema Prisma".

A Microsoft permitiu à NSA interceptar os dados trocados pelos usuários, decodificando a criptografia. Especificamente, a quebra da privacidade envolve o novo portal Outlook, após o acesso amplo aos e-mails tanto do Outlook quanto do Hotmail nos serviços não criptografados. Da mesma maneira, a NSA teve o acesso liberado ao serviço de armazenamento SkyDrive, que conta com mais de 250 milhões de usuários, e ao Skype, permitindo a colheita de vídeos e áudios pelo programa de espionagem Prisma, que é acessado pela NSA, o FBI e a CIA. Desde julho de 2012, após a compra pela Microsoft do Skype, que conta com mais de 660 milhões de usuários e que é um serviço de telecomunicações de voz e vídeo por meio da Internet, a NSA aumentou em três vezes a espionagem de vídeos.

                                           

“A sua privacidade é a nossa prioridade”?

 Após as escandalosas revelações, a Microsoft declarou cinicamente que só fornece dados de usuários "em resposta às demandas do governo" e que cumpre essas ordens apenas quando são relativas a "contas ou usuários específicos", apesar de ter liberado o acesso completo a todos os dados. Também não disse nada sobre a campanha mundial de marketing, lançada em abril, sobre a farsa de “A sua privacidade é a nossa prioridade”.

Segundo o documento citado pelo jornal The Guardian, após vários meses de trabalho, o programa de vigilância Prisma conseguiu estabelecer o acesso a todo o conteúdo armazenado no SkyDrive evitando a burocracia das solicitações de pedidos especiais. “Esta nova capacidade resulta numa colheita com uma resposta muito mais completa e instantânea”. “Este sucesso é o resultado do trabalho do FBI durante muitos meses junto com a Microsoft para ter esta solução de colheita de dados funcionando”. O documento joga por terra a mentira divulgada anteriormente de que supostamente teriam sido fornecidos dados de 18 mil usuários, pontualmente, atendendo a requisições judiciais. Os direitos democráticos foram rasgados em grau tal que até os mandatos judiciais secretos podem ser facilmente burlados quando o agente da NSA tem 51% de convicção de que o alvo não é um cidadão norte-americano e que não está em solo norte-americano.

A cumplicidade com os serviços de espionagem se estende a todos os demais monopólios imperialistas de serviços Internet além da Microsoft, como Google, Apple, Facebook e Yahoo!, por exemplo, apesar das declarações mentirosas que negavam ter conhecimento da existência da espionagem e insistiam que as agências não teriam acesso aos sistemas. Os documentos da NSA revelados por Edward Snowden mostram claramente cooperação profunda e contínua.



Aumentam as contradições do imperialismo com as potências regionais
 O programa Echelon Interception System domina os serviços de espionagem dos Estados Unidos, Grã Bretanha, Alemanha, Canadá, Austrália e Nova Zelândia pelo menos, embora haja evidência de que a colaboração com a enorme maioria dos demais serviços de espionagem seja muito intensa. Essas revelações levaram ao aumento das contradições do imperialismo norte-americano com as principais potências regionais e os demais governos nacionalistas agora também na área do chamado ciberespionagem. A China, que vinha sendo acusada pelo imperialismo de espionagem, é o país do chamado BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) mais espionado de longe, seguido pelo Brasil e a Rússia. Representantes desses governos acordaram no mês passado a expansão da cooperação em cibersegurança. Será instalado um cabo BRICS de fibra ótica, avaliado em US$1,5 bilhão, que ligará os cinco países a 21 países africanos, com previsão de início das operações em 2015.

A Rússia e China têm assinado importantíssimos acordos comerciais. A China importa a maior parte do óleo exportado pelo Iraque e tem aumentado os acordos com o governo dos aiatolás iranianos.

O oleogasoduto TAPI, impulsionado pelos monopólios norte-americanos, tem como origem Turcomenistão e alcança a Índia, através do Afeganistão e do Paquistão. Dificilmente sairá do papel sem viabilizar um acordo com o Talibã, o que implicará em abandonar o projeto ou em fazer fortes concessões e reduzir os lucros, que se encontram em queda devido ao aprofundamento da crise capitalista.

O governo do primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, continua se aproximando à China devido à redução das exportações e à queda dos investimentos imperialistas. Antes de visitar a China, anunciou que o projeto do corredor econômico de Kashgar (província chinesa de Xinjiang) até Gwadar (no sudoeste do Paquistão, na província de Bulochistán) sairá do papel. O objetivo é criar ZEEs (zonas econômicas especiais) e um oleogasoduto. As ZEEs terão dificuldades de concorrer, pelo menos no curto prazo, com os produtos da maioria dos demais países asiáticos devido à queda da demanda global. No entanto, o oleogasoduto Irã-Paquistão (IP), será estendido até a China, permitindo-lhe evitar o Estreito de Malacca (que divide a Malásia e a Indonésia), que poderia ser facilmente fechado no caso de conflitos regionais, e até ter uma extensão para a Índia. O imperialismo norte-americano tem sido um ferrenho opositor do projeto.

Fonte: Jornal Causa Operária

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