MG: choque de indigestão
Balanço apresentado nesta
segunda-feira apresenta um quadro caótico em todas as áreas da administração
pública em Minas; eis alguns exemplos: (1) rombo orçamentário de R$ 7,2
bilhões; (2) reservatórios de água em situação crítica; (3) só 26% das cerca
de 3,6 mil escolas em boas condições; (4) rombo de R$ 1,5 bilhão na Saúde,
área em que faltam medicamentos, hospitais, ambulâncias e centros de exames;
(5) número de homicídios cresceu 52,3% entre 2002 e 2012; auditoria mostra a
situação em que o estado foi encontrado no início de 2015, depois de 12 anos
de governo do PSDB; “No geral, o diagnóstico aponta um cenário grave”, afirma
o governo de Fernando Pimentel (PT)
6
de Abril de 2015 às 16:59
Minas
247 – O
governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), apresentou nesta
segunda-feira 6 o resultado de uma auditoria que identificou a real situação
em que o estado foi encontrado no início de 2015 pelo petista, após 12 anos
de gestão do PDSB. O último governo foi de Antonio Anastasia, que deixou o
cargo antes do término do mandato para trabalhar na elaboração do plano de
campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que se candidatou à presidência no
ano passado.
O
balanço apresenta um quadro caótico em todas as áreas da administração pública
em Minas. “No geral, o diagnóstico aponta um cenário grave, com destaque para
o déficit no orçamento da ordem de R$ 7,2 bilhões, com milhares de obras
paralisadas, pagamentos de fornecedores atrasados, crescente desigualdade
regional e um Estado onde há uma carência de planejamento estratégico para
crescer de forma sustentável”, diz o texto divulgado pelo governo junto com a
pesquisa.
Alguns
exemplos do resultado são: o rombo orçamentário de R$ 7,2 bilhões no estado,
reservatórios de água em situação crítica, apenas 26% das cerca de 3,6 mil
escolas em boas condições, rombo de R$ 1,5 bilhão na Saúde, área em que
faltam medicamentos, hospitais, ambulâncias e centros de exames e o
crescimento de 52,3% do número de homicídios entre 2002 e 2012.
Os
números foram detalhados em um hotsite, que divide o balanço em dez tópicos e, segundo o
governo, “apresenta a situação básica, os principais problemas e algumas
propostas de ação, sendo um resumo do balanço de 90 dias apresentado pelo Governo de Minas Gerais.
Além dos relatórios de cada secretaria, também foram realizadas reuniões e
entrevistas com os secretários de Estado para definir o conteúdo final”.
A
plataforma permitirá, em breve, “que o cidadão possa interagir com o governo
estadual. A ideia é ouvir a população para ampliar o diagnóstico, que será
atualizado periodicamente”, segundo informa o governo.
Abaixo,
os dados divulgados pelo governo Pimentel:
Qual
é a situação encontrada?
No
geral, o diagnóstico aponta um cenário grave, com destaque para o déficit no
orçamento da ordem de R$ 7,2 bilhões, com milhares de obras paralisadas,
pagamentos de fornecedores atrasados, crescente desigualdade regional e um
Estado onde há uma carência de planejamento estratégico para crescer de forma
sustentável.
Agricultura:
Das 550 mil propriedades rurais de Minas Gerais, boa parte não é registrada.
Sem o título fundiário de posse de terra, o produtor rural não pode tirar
empréstimos bancários, requisitar ligações de energia, água e esgoto. No
diagnóstico realizado pelo governo, foram encontrados 16 mil pedidos de
regularização parados.
Água:
Os reservatórios estão em situação crítica. Em janeiro de 2014, o nível do
Sistema Paraopeba, que abastece a capital, começou a cair gradativamente.
Quando o nível chegou a 50%, o que exigirira uma contenção de pressão no
sistema, a produção de água voltou a aumentar. Isso acelerou ainda mais o
esvaziamento dos reservatórios e levou à situação atual, mostrando a falta de
gestão do sistema.
Cultura:
A administração passada aprovou mais pedidos do que o previsto para 2014. Na
verdade, foram aprovados pedidos o suficiente para os próximos três anos. São
1447 projetos aprovados ao custo de R$ 384 milhões. O efeito disso é que, sem
recursos, não há a possibilidade de o governo aprovar novos projetos.
Desenvolvimento
Social: Levantamento demonstra que, entre os anos de 2011 e de 2013,
aportaram em solo mineiro 356 grandes empreendimentos. A maioria se
concentrou nas regiões Sul, com 129, e Central, com 112, aprofundando a
desigualdade econômica e social no estado. Hoje, estima-se que cerca de 75%
do PIB (Produto Interno Bruto) estadual é gerado por apenas quatro das 10
regiões mineiras.
Educação:
No Ensino Médio, majoritariamente gerido pelo governo estadual, Minas Gerais
é reprovada. Os problemas começam na falta de estrutura básica das 3.654
escolas estaduais mineiras onde estudam 2,2 milhões de alunos, e que não
receberam os investimentos necessários nos últimos anos.
Gestão
e Obras: Minas Gerais tem um rombo orçamentário de R$ 7,2 bilhões. Isso quer
dizer que o estado gasta muito mais do que arrecada. Como foi possível chegar
nesta situação? Basicamente, isso aconteceu porque, por falta de gestão
adequada, as despesas aumentaram muito mais do que as receitas, resultando na
paralisação de milhares de obras.
Inovação:
Minas Gerais investe apenas 1% do orçamento estadual na Fundação de Amparo à
Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig). A instituição é a responsável por
financiar pesquisadores da saúde, ciência, tecnologia e uma série de outras
áreas.
Meio
Ambiente: Há cerca 2,7 mil processos de licenciamento ambiental engavetados
na Secretaria de Meio Ambiente. E, quando isso acontece no órgão, Minas
Gerais perde em duas frentes. A primeira, mais evidente, é o aumento da
degradação ambiental. A segunda é a paralisação de atividades.
Saúde:
De acordo com a Secretaria de Saúde, o rombo na área é de R$ 1,5 bilhão.
Faltam medicamentos, hospitais, ambulâncias e centros de exames para atender
a população do interior do estado.
Segurança:
Dados do Mapa da Violência, um estudo nacional sobre assassinatos, mostram
que, entre 2002 e 2012, o número de homicídios registrados em todo o estado
saltou de 2977 para 4535. É um crescimento de 52,3%, quatro vezes mais do que
a média nacional, de 13,4%.
Aguarde que vem mais coisas.
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